No último sábado, 27, a Academia Valenciana de Educadores, Letras e Artes de Valença – AVELA rendeu homenagens ao médico e poeta valenciano, Mustafá Rosemberg. A cerimônia aconteceu na sede da Fundação Cultural Euzedir e Araken, localizada no bairro da Urbis.

Professor Moacir Saraiva, presidente da AVELA, ressaltou que a homenagem a Mustafá é apenas uma das ações da academia, cujo objetivo é difundir a cultura e as artes no Baixo Sul. “Criamos um curso que realizamos anualmente nas escolas públicas homenageando a professora Macária Andrade. Estamos tentando dinamizar a ação da Academia que está comemorando dez anos”, afirmou Moacir, que aproveitou a oportunidade para parabenizar o jornal Valença Agora pelo seu trabalho na divulgação da literatura regional. “O Valença Agora foi o instrumento alavancador da cultura valenciana divulgando escritores novos e antigos. Em qualquer município da região este trabalho do jornal é reconhecido”, ressaltou.

Os intelectuais presentes recitaram poemas em homenagem a Mustafá e destacaram as qualidades do médico e poeta. A professora Rosângela Góes considerou a homenagem justa. “Numa cidade onde se tornou comum que as pessoas muitas vezes morram sem ser conhecidos, nada mais justo a esses que dedicam seu labor para transformar a vida, seja com bisturi ou pela palavra”, disse.

Maria do Perpétuo Socorro, ‘Perpetinha’, é quem revisa os versos de Mustafá. Para ela, “Mustafá merece todas as homenagens. A poesia hoje está um pouco relegada, mas tem uma importância fundamental, pois desnuda a alma e expressa nossa sensibilidade”. Já o professor Ricardo Vidal, que leu o Soneto Beduíno, de sua autoria em homenagem ao médico, afirmou:“Mustafá é um ícone não só na medicina, mas na poesia. Ele utiliza a pena, a caneta, como se fosse o bisturi. Então a Avela tem a missão de pesquisar e divulgar não apenas Mustafá, mas todos os escritores de Valença, que por sinal, são muitos”.

Vidalto Oiticica, diretor do Jornal Valença Agora, foi convidado a falar e representou o venerável da loja Maçônica Paz e Fraternidade trazendo o seu abraço.  “É um privilégio ter semanalmente poesias de um cidadão humano, amigo e irmão como Mustafá. São características que Valença precisa continuar a disseminar, pois engrandece a cultura da nossa região”. Mustafá foi homenageado ainda pelo colega, médico e poeta Alfredo Neto que leu o poema“Descaso” e relembrou também “Apologia ao homem maior”.

O poeta Otávio Mota também homenageou Mustafá com sua poesia “rimando com eira”, sendo seguido pela professora Juscimare Sousa que recitou Canto do Arrebol; já o poeta Adriano Pereira homenageou-o com o poema “Audácia”.

Aziz Rosemberg, irmão de Mustafá, agradeceu à AVELA pela homenagem. “Mustafá vive pra poesia e pra medicina. Chamo pra almoçar e ele responde: - ‘estou terminando de ler um trecho. Daqui a pouco te convido para almoçarmos. Essa é a vida dele. Sempre fazendo poesias, cada uma mais bonita do que a outra”.

“Mustafá adentra na investigação, se veste de professor, funda uma escola, investe na agricultura, dirige uma indústria, senta de banqueiro, se destaca como provedor, aposta na hotelaria, se atira na construção, abraça a filosofia, consagrado na medicina e viciado em poesia”, declarou Norma Luz. Para Luzia Martins, valenciana, sobrinha do ex-prefeito Gentil Paraíso, que também escreve poesias, “Mustafá tem uma inteligência brilhante e é apaixonado pela vida expressando isso em suas poesias”.

Embora emocionado, Mustafá,de forma bem humorada, com os costumeiros galanteios, que dirige, iniciou os agradecimentos brincando com a professora Rosângela Góes. “Que seu sorriso me inspire, como já inspirou outras vezes para que eu possa sustentar a toda essa locução feita aqui sem ferir os rigores da gramática nem fugir às ditas do meu coração”, afirmou, proferindo um longo discurso de improviso onde recordou amores, poemas e sua trajetória desde estudante até hoje como médico e poeta. “Sabia que se não estudasse para ser médico, seria um capitão de areia, daqueles contados no livro de Jorge Amado. Só tinha duas camisas brancas e me apaixonei por uma moça rica a quem dediquei os primeiros versos. Era um pobre diabo, sem eira, nem beira. Mas estudei, trabalhei e venci. Considero a homenagem merecida, mas há muito mais gente a ser homenageada. Minha inspiração vem das mulheres bonitas que vejo. Cada uma delas é inspiração pra um poema de respeito à sua beleza”.

Mustafá Rosemberg, com 90 anos, é médico conhecido na cidade, além de poeta, com trêslivros publicados, além de participação em coletâneas.Assina semanalmente a página “Expressão Poética”, no Jornal Valença Agora.

 

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