Joice Vancoppenolle-Vinho e Cultura

Na verdade, o vinho não é um produto único, mas sim, composto de uma série de famílias. As principais classes, que abrangem todos os grandes vinhos do planeta, são: vinhos de mesa, vinhos espumantes naturais e vinhos licorosos.

O teor alcoólico dos vinhos varia de 5,5% a 24% em volume, dependendo da classe da bebida.

Neste texto, falarei sobre os vinhos de mesa. Então, leitor, vamos a sua definição?

Vinhos de mesa são o resultado da fermentação alcoólica do mosto da uva sã, fresca e madura. Ao final da vinificação, os vinhos de mesa podem ter um teor alcóolico entre 5,5% e 16,5% de álcool em volume. Segundo a legislação brasileira vigente, eles devem alcançar um teor alcóolico de 8,6% a 14%. Todavia, a maioria dos vinhos de mesa varia de 12,5% a 13,5% de álcool. Essa classe engloba a grande maioria dos vinhos produzidos mundialmente e como o próprio nome diz, são os mais indicados para acompanhar as refeições.

Não confunda a “classe” vinho de mesa com a “categoria” vinho de mesa, prevista na classificação de todos os países europeus. Dando como exemplo a legislação francesa, a “classe” vinho de mesa engloba todos os vinhos elaborados, seja ele um vin de table (da categoria vinho de mesa), seja un vin d’AOC (vinho de Appellation d’Origine Contrôlée).

Quanto ao teor de açúcar presente, eles podem ser: secos; meio secos, doces ou muito doces. Esses dois últimos estilos são mais usados como sobremesa. Os vinhos de mesa podem ser tintos, rosados (rosé) ou brancos. O vinho branco é o “patinho feio” da atualidade, mas nem sempre foi assim. Na década de 1970, o rosado era o vinho mais consumido do Brasil, seguido pelo tinto e depois pelo branco. Na década de 80, os brancos passaram a ser bastante consumidos no Novo Mundo, inclusive no nosso país. Essa preferência era tão acentuada que os californianos produziam, por exigência do mercado, grandes quantidades de seus White Zinfandel, que empregavam uma cepa tinta na sua elaboração, por falta de matéria-prima clara.

Foi a partir dos anos 90, que começou o império dos vinhos tintos, com a implantação da “preferência colorida” sobre as outras tonalidades de vinhos. A tendência se acentuou com sérios estudos em resposta ao paradoxo francês os quais apontaram o efeito benéfico dos caldos tintos para o coração, por produzirem os altos índices de colesterol.

Mas voltando a falar sobre o vinho branco, ele é um típico vinho de verão  que, no entanto, também pode ser saboreado ao longo do ano. É claro que nos dias mais quentes, ele é uma bebida muito refrescante. Muitos se perguntam qual a diferença entre frisante e espumante. A legislação brasileira esclarece. Nela, os vinhos são classificados quanto ao teor de gás carbônico em três categorias. O vinho de mesa pode ter no máximo 1 atmosfera de pressão, perceptível nas pequenas bolhas de ar que se veem no fundo do copo. O vinho frisante, uma subclasse de vinho de mesa, é ligeiramente gaseificado, com pressão entre 1,1 e 2 atmosferas. É o mais indicado para os que preferem vinhos menos gasosos. Já o vinho espumante natural deve ter no mínimo 4 atmosferas de pressão.

Preparei aqui leitor, algumas razões para se beber vinho branco também.

  • São mais refrescantes, ideais para o nosso clima.
  • São diuréticos.
  • Eficazes protetores contra doenças reumáticas.
  • Mais leves.
  • Sempre prontos para beber, ao contrário de muitos tintos ainda jovens e tânicos.
  • Excelentes aperitivos e vinhos de “piscina”.

“O vinho é o medicamento que rejuvenesce os velhos, cura os enfermos e enriquece os pobres.”

Platão

 

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