Salvador possui, hoje, 150  Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) distribuídos desde  Periperi, no subúrbio ferroviário, até Itapuã, na orla. Todos os coletores de material reclicável contêm explicação sobre os resíduos que ali devem ser  depositados, porém quase metade do lixo descartado é orgânico.

"Temos ainda uma média de 40% de rejeito úmido, aquele que não é reciclável, depositado nos PEVs. Mas esse processo é natural, visto que temos pouco tempo de implantação dos pontos de entrega", ponderou o titular da Secretaria Municipal da Cidade Sustentável (Secis), André Fraga.

Os PEVs, ou "caixas azuis", como são conhecidas por parte da população, foram projetados para estimular a coleta seletiva do lixo simples e residencial. O principal objetivo  é reduzir a quantidade de dejetos comuns nos aterros sanitários - a fim de que tenham uma vida útil maior - e proporcionar  um destino ecologicamente correto para os resíduos básicos.

Descarte irregular causa prejuízo a cooperativas

assinaturaDe acordo com o secretário municipal, o primeiro passo para os  coletores funcionarem é qualificar os tipos de resíduos. "Eu sempre tento separar o meu lixo para descartar corretamente. Agora, com as 'caixas azuis', ficou   mais fácil descartar, mas percebo que muita gente ainda coloca restos de alimentos nelas", contou Suzana Meira, 38 anos, moradora do bairro de Itapuã, um dos locais onde há PEVs instalados.

Residente no Rio Vermelho, outro bairro contemplado, João Paulo Garcia  complementa: "Acredito que as pessoas jogam  na caixa errada porque não sabem como funciona. Eu acho que deveria ser feita uma campanha educativa para acabar com este tipo de prática", sugeriu.

Fraga explica que, por enquanto, esse tipo de comportamento é esperado, pois a cidade ainda se encontra em fase de adaptação. No entanto, o secretário esclarece, também, que medidas educacionais são realizadas.

"A prefeitura tem feito campanhas nas regiões próximas aos PEVs para qualificar melhor os resíduos. Essa fase é assim mesmo, pois Salvador está tendo, de forma macro, o primeiro contato com a coleta seletiva. A população ainda está aprendendo o que é e o que não é reciclável" disse.

No fim de linha do Nordeste de Amaralina, até colchão é descartado ao lado dos contêineres

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Cooperativas

Técnico da Cata-Bahia (rede solidária de coleta e comercialização de materiais recicláveis), André Dantas explica que a coleta seletiva é fundamental para a diminuição do volume de lixo.

"A reciclagem é importantíssima, porque é por meio dela que podemos reinserir materiais na cadeia produtiva, diminuir a produção de novos materiais que demoram a se decompor, a exemplo dos plásticos, e gerar empregos para catadores e cooperativas".

Ele explica, ainda, que o papel das cooperativas é fazer a triagem, segregação e encaminhamento dos materiais para as indústrias recicladoras.

Os contêineres usados para depositar materiais secos possuem capacidade de 2,5 m², onde é possível colocar plásticos, papéis, vidros e metais. A recomendação é que os objetos sejam descartados limpos e os vidros devem ser enrolados em jornais, para evitar acidentes.

De acordo com o diretor-geral de Ecologia Urbana da Secis, João Resch, "a coleta é feita, diariamente, de segunda a sábado. Três caminhões fazem os roteiros definidos a partir  das demandas dos equipamentos".

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