Mercúrio vai passar na segunda-feira diante do Sol, um fenômeno raro visível em Portugal, através de telescópios com filtros solares, se o estado do tempo ajudar.

O trânsito de Mercúrio, o planeta do Sistema Solar mais próximo do 'astro-rei', durará mais de sete horas: começa pelas 12:12 (hora de Lisboa), atinge o ponto máximo às 15:56 e termina pelas 19:41, de acordo com a página na internet do Observatório Astronômico de Lisboa.

O planeta, que, aos olhos de quem o observa, surgirá como um pequeno círculo escuro, move-se lentamente ao atravessar o disco solar. Chama-se trânsito, porque Mercúrio passa entre o Sol e a Terra.

O fenômeno acontece, na sua plenitude, na Europa Ocidental, no leste da América do Norte, no norte da América do Sul, no Ártico, na Gronelândia, no extremo noroeste de África e no Oceano Atlântico.

Em Lisboa e no Porto, se a meteorologia o permitir, já que estão previstos aguaceiros, pode ser observado na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, onde um dos telescópios tem capacidade para mostrar as protuberâncias (jatos de gás quente) do Sol, no Planetário Calouste Gulbenkian e no Planetário do Porto, onde investigadores vão falar sobre os trânsitos planetários.

O Centro Ciência Viva de Constância também organiza uma sessão de observação.

Para que o trânsito de Mercúrio ocorra, o planeta tem de, além de estar entre o Sol e a Terra, cruzar o plano orbital da Terra, o chamado plano da elíptica, explicou à Lusa o astrofísico Pedro Machado.

O investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço esclareceu que a raridade do fenômeno se deve ao facto de ocorrer 13 vezes por século, em maio ou em novembro, em intervalos de tempo que podem ser de três anos e meio, sete anos, nove anos e meio, dez anos ou 13 anos.

Foto:NASA

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