Mestre Nelson, ‘o pai da capoeira Valenciana ‘ convida o povo da cidade para participar das atividades do ponto de cultura.

Jorge (professor de capoeira e braço direito do Mestre Nelson), Mestre Nelson diretor do Ponto de cultura de Valença , Katia (diretora pedagógica do ponto de cultura)

Jorge da Silva (professor de capoeira e braço direito do Mestre Nelson), Mestre Nelson diretor do Ponto de cultura de Valença , Cátia de Andrade (diretora pedagógica do ponto de cultura)

materia-nelson-01Jornal Valença agora: Como você começou a fazer capoeira?

Mestre Nelson: Nasci em Valença, iniciei a capoeira em 1977, meu mestre é mestre Norival Moreira de Oliveira, mais conhecido pelo seu nome de Capoeira Mestre Nô. Ele mora em Salvador. Eu nessa época morava também em Salvador e treinava com ele. Quando vi ele jogar pela primeira vez, me apaixonei pela arte, foi amor à primeira vista.

Estou muito feliz por fazer capoeira até hoje, ela me proporciona muita coisa legal, já tem 44 anos que eu faço capoeira.

Jornal Valença agora: Quando surgiu o movimento de capoeira em Valença ?

Mestre Nelson: Nos anos 80 eu voltei definitivamente para Valença, o primeiro capoeirista que trouxe a capoeira para a cidade fui eu. Sou o pai da capoeira Valenciana! Primeiro abri uma escola do lado do ‘lar dos velhinhos’, depois foi no SESI e no centro de cultura. Levei a capoeira para Morro de São Paulo, Cairu, Boipeba, Nilo Peçanha, Ituberá, Taperoá, Nazaré das Farinhas...

Aulas de capoeira

Aulas de capoeira

Quais são as atividades que o Ponto de Cultura de Valença proporciona?

Mestre Nelson: Já faz 22 anos que eu estou dando aulas e oficinas no espaço da associação atlética.

Em 2008, surgiu a oportunidade de participar do edital ‘ponto de cultura’ e fomos contemplados, começou a surgir novos projetos. Participamos dos projetos ‘menino na roda não na rua’, ‘oficinas de verão ‘, ‘coletar para educar' (um projeto ambiental) e muitos outros.

Hoje no ponto de cultura temos aula de informática com um laboratório novo, oficinas de corte e costura que é um curso profissionalizante, oficinas de bordados, oficina de pintura, oficinas de dança, oficinas de percussão. Temos aulas de capoeira, aulas de Jinga terapia (capoeira para os idosos) e aulas de danças culturais (maculelê, samba de roda, dança guerreiro, dança afro).

O dia da Roda de capoeira é nas quintas-feira, às 18:00 horas

Roda de capoeira – todas as quintas-feira às 18 horas

Roda de capoeira – todas as quintas-feira às 18 horas

O Ponto de cultura oferece também as oficinas de Capoeira e percussão na Praia de Guaibim, Cajaíba e no Galeão (Cairu).

Percussão

Temos uma parceria com a secretaria de cultura do estado, eles cederam os materiais (computadores, máquinas de costura) então os alunos pagam uma taxa mínima que permite-nos pagar um salário ao professor.

Oficina de Corte e Costura

Oficina de Corte e Costura

Oficina de Bordado

Oficina de Bordado

Aulas de informática

Aulas de informática

Aulas de informática - inclusão digital

Não trabalho sozinho no Ponto de cultura. Temos a coordenadora pedagógica Cátia de Andrade, a secretária Rosana, Jorge meu amigo me ajuda muito nas aulas de dança e de capoeira, a presidente Milena Santana da Conceição sempre está aqui para nos dar um apoio.

Jornal Valença Agora - Porque você abriu esse novo espaço no Novo Horizonte?

Mestre Nelson - Percebi que no Novo Horizonte não tem nenhuma ação cultural, então estou terminando de construir um espaço que será dedicado a cultura para os moradores do bairro. A população do Novo Horizonte é muito carente, e eles estão longe do centro, estão mais distantes de cursos ou ações culturais da cidade.

Vamos levar esses projetos e oficinas para lá, para proporcionar para essa comunidade mais cultura, novos conhecimentos, oportunidade de trabalho, intercâmbios com outras comunidades.

Jornal Valença Agora - Você consegue viver da profissão de mestre de capoeira?

Mestre Nelson - A capoeira é Resistência; para nós capoeirista é difícil viver da capoeira. São poucos os que conseguem. A capoeira está no mundo inteiro, mas no Brasil o estado não valoriza e não ajuda os mestres. Poucos têm uma vida estável.

Por exemplo, esse projeto "Mais Educação", permite que a capoeira entre nas escolas, mas eles pagam pouco ao professor. A capoeira é educação, isso é mais que provado, então porque o estado não valoriza essa arte?

Kátia Andrade - Coordenadora do Ponto de Cultura

Cátia de Andrade - Coordenadora do Ponto de Cultura

‘’O ponto de cultura, acredito que ele é muito importante para a cidade de Valença, ele trabalha diversas questões: a importância da cultura afro-brasileira, o incentivo à educação, a questão da igualdade racial, a questão da violência. Apesar de ser um projeto de cultura, trabalhamos todas essas questões e fortalecemos a inclusão social de todos os participantes.

Dentro do projeto do Ponto de Cultura conseguimos desenvolver um outro projeto que o atelier cultural. É um projeto de capacitação profissional, nas áreas de corte e costura, pintura, bordado voltado para o publico feminino, percebemos que Valença tem uma demanda muito grande por essa área, tem muitas mães solteiras que não tem profissão. Nosso objetivo e criar empregadoras que podem criar uma renda para elas e suas famílias.

No ponto de cultura desenvolvemos varias oficinas como percussão, dança, capoeira para todos os públicos, crianças e adultos.

No Novo Horizonte estamos expandindo as atividades do Ponto de Cultura do centro, vai ser uma nova unidade, onde vamos desenvolver um projeto social para essa comunidade carente, inclusive tem uma comunidade quilombola ali. "Nossa atenção é abraçar essa comunidade também.Vamos fortalecer as atividades culturais e promover a inclusão social .’’

Mais informações sobre horários e dias de aulas: Ponto de Cultura - Associação Atlética de Valença, Rua Dr. Heitor Guedes de Mello, s/n, Centro. Tel: (75) 9 8815-7190 ou (75) 9 9147-1895. e-mail: accrpv@gmail.com. Facebook: Nelson Accrp.

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