As comemorações em homenagem à Independência da Bahia terão início neste sábado, 1º de julho, com a saída dos carros da Cabocla e do Caboclo, do estacionamento da Prefeitura, às 19 horas, em direção a Praça 02 de Julho (em frente a academia Plena Forma).

No domingo, 2 de julho, as homenagem iniciam às 08h com o hasteamento de pavilhões, execução de hinos e saída do desfile cívico e militar em direção ao Ginásio de Esportes, local do encerramento das comemorações.

Em 2017, é celebrado o 194º aniversário da Independência.

Abaixo o convite da Prefeitura de Valença, realizadora das comemorações.

Convite - Comemorações 2 de julho - Independência da Bahia

Um pouco de história

A luta pela Independência da Bahia começou antes da brasileira, mas ela só aconteceu um ano depois. A guerra durou cerca de um ano e alguns dias, entre 25 de junho de 1822 e 2 de julho de 1823. Os constantes desentendimentos e a insatisfação com a Coroa Portuguesa vinham se intensificando desde o século XIX.

O estopim da guerra aconteceu em fevereiro de 1822, quando o governo português nomeou o tenente-coronel Madeira de Melo para exercer o cargo de comandante das armas na Província, em substituição do coronel brasileiro Manuel Pedro de Freitas Guimarães. Mas a nomeação de Madeira de Melo não foi aceita de forma pacífica pelos brasileiros. O tenente-coronel português ordenou que as tropas lusitanas ocupassem as ruas de Salvador. Os brasileiros também reagiram e os conflitos começaram.

Os batalhões formados majoritariamente por baianos tomaram o Forte de São Pedro, de onde enfrentaram outros batalhões de maioria portuguesa. Quando os portugueses tomaram o forte e prenderam Freitas Guimarães, festejam atacando casas, pessoas e invadindo o Convento da Lapa, onde se encontravam alguns revoltosos, assassinando a abadessa Joana Angélica.

20100702AQ

Alguns brasileiros se entregaram, outros dispersaram, indo em direção aos subúrbios da capital, ou às vilas do Recôncavo baiano, onde se organizaram. Os fazendeiros municiaram os combatentes, a exemplo do avô do poeta Castro Alves, o major José Antonio da Silva Castro, que formou o Batalhão dos Voluntários do Príncipe - popularmente apelidado de “Batalhão dos Periquitos”-, no qual lutou Maria Quitéria. Os negros também se organizaram e formaram o Batalhão dos Henriques, com a promessa de que seriam libertados.

No dia 25 de junho de 1822, na cidade de Cachoeira, Dom Pedro foi aclamado “Defensor Perpétuo e Constitucional do Brasil”. Como retaliação, o tenente-coronel português Madeira de Melo enviou uma canhoneira pelo Rio Paraguaçu, que disparou contra a cidade, dando início à guerra de Independência.

Depois de três dias de combate, em 28 de junho, os brasileiros conseguiram dominar a embarcação. Aconteceram confrontos no Recôncavo e na Ilha de Itaparica e, consequentemente, o fortalecimento do exército brasileiro. Dom Pedro enviou o general francês Pierre Labatut para reforçar as tropas brasileiras e fazer um cerco a Salvador, por terra e por mar. Os brasileiros bloquearam os acessos à capital da província, impedindo a entrada de mantimentos, armamentos, reforços e dificultando a comunicação dos lusitanos.

Houve confrontos em várias regiões da cidade, sendo a mais importante a Batalha de Pirajá, iniciada em 8 de novembro de 1822. Segundo a história, o desfecho aconteceu de forma inusitada. O tenente-coronel das tropas brasileiras, Barros Porto, ordenou que o corneteiro Luis Lopes desse o toque de recuar. Ele desobedeceu às ordens recebidas e tocou o “avançar cavalaria” e, em seguida, o “à degola”. Com o avanço das tropas brasileiras, os batalhões portugueses recuaram e fugiram.

Diante da derrota em Pirajá e da impossibilidade de tomar Itaparica, o tenente-coronel português Madeira de Melo, cada vez mais enfraquecido, viu o custo de vida disparar na cidade. Em junho de 1823, ataques por terra, em várias frentes, acabaram com a tomada de postos de defesa portugueses. Acuado, e sem bases de defesa, Madeira de Melo se retirou na madrugada de 2 de julho de 1823.

Ao longo do desfile do dia 2, os heróis da Independência são lembrados através das figuras do Caboclo e da Cabocla, representando o povo brasileiro, além das heroínas Maria Quitéria, Joana Angélica e Maria Felipa, o coronel José Joaquim de Lima e Silva e o general Labatut. Para muitos historiadores, a Independência da Bahia pode ser considerada mais importante do que o ato pacífico da proclamação da Independência do Brasil por Dom Pedro I. Para os estudiosos do tema, a independência baiana consolidou a Independência do Brasil. Acreditam que, se ela não houvesse, o Brasil poderia ficar dividido entre sul e norte.

 

 

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.