O escritor Raduan Nassar, de 80 anos, ganhou o prêmio Camões por unanimidade, nesta segunda-feira, 30. O brasileiro é o 12º a ser premiado pela honraria que é considerada a mais importante no meio literário destinado a autores de língua portuguesa. Duas obras foram sublinhadas pelo júri, são elas "a extraordinária qualidade da sua linguagem" e a "força poética da sua prosa".

"Através da ficção, o autor revela, no universo da sua obra, a complexidade das relações humanas em planos dificilmente acessíveis a outros modos do discurso", diz a justificação do júri, acrescentando que "muitas vezes essa revelação é agreste e incômoda, e não é raro que aborde temas considerados tabu". O júri destacou ainda "o uso rigoroso de uma linguagem cuja plasticidade se imprime em diferentes registros discursivos verificáveis numa obra que privilegia a densidade acima da extensão".

Mesmo tendo apenas três livros publicados, o escritor foi considerado pela crítica como um dos grandes nomes da literatura brasileira. Raduan ainda foi comparado com Guimarães Rosa e Clarice Lispector.

Neste ano,  Nassar foi um dos 13 escritores selecionados para a longlist do MAN Booker International Prize, com a tradução ingelsa de Um Copo de Cólera, mas não chegou a fazer parte da lista dos seis finalistas, que incluiu o angolano José Eduardo Agualusa.

O escritor é conhecido por não gostar de aparecer, mas surpreendeu por marcar presença junto de Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto em Brasília, a 31 de março. Na ocasião, ele participou do Encontro com Artistas e Intelectuais em Defesa da Democracia.

"Os que tentam promover a saída de Dilma arrogam-se hoje, sem pudor, como detentores da ética, mas serão execrados amanhã", afirmou então o escritor, citado pela Folha de São Paulo.

 

Fonte: Portal A Tarde

Foto: Divulgação

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