Um projeto de integração artístico e cultural do Baixo Sul que tenta transformar a Praça da República de Valença em um centro das artes e cultura regional.

Ás 18h, o povo de Valença compareceu na Praça da Republica para curtir um momento de cultura muito especial. A praça recebeu uma programação muito eclética, artistas, poetas e ativistas cultural.

O Sarau foi feito em homenagem ao artista argentino Luis Zenko, ele morreu em agosto de 2014, morava no Bairro da Graça em Valença com sua esposa Lury Argolo. O pintor tinha diversos trabalhos apresentados em exposições, museus e galerias do baixo sul da Bahia e na Argentina.

A Praça estava decorada na sua homenagem, obras do pintor estavam expostas, artistas da cidade recitaram poesias, pintaram e cantaram para ele!

Erahsto Felício, professor de História do Campus Valença, Mestre de História pela UFBA e coordenador geral do projeto Seiva 2016 .

Para nós hoje foi um teste, o começo! Pensei que não viria tanta gente porque muitos estão de férias, mas foi muito legal, tinha muita gente na praça. As pessoas gostaram, muita gente pediu mais. Muitos artistas querem se apresentar e participar das próximas atividades. A ideia do Sarau era justamente essa, mostrar nossa cara e falar: ‘ se você quer fazer arte e cultura, vem se unir com a gente! ‘

Andréa Luz, pedagoga , professora do IFBA, ativista do movimento negro, envolvida com as questões de identidade negra, e da autoestima da juventude negra.

Para o Seiva sou coordenadora cultural do projeto, o diferencial do SEIVA 2016, é que ele abraça toda a região do Baixo Sul da Bahia, todos podem trazer suas artes, mestres, para as ruas valencianas.

A Praça da República é nosso foco principal, a gente quer transformar essa praça, queremos fazer dessa praça o centro cultural para todas as famílias e jovens da cidade. As famílias estão com medo de vir para a praça queremos inverter esse sentimento e passar uma imagem de paz e de cultura. Aqui dá para curtir com tranquilidade e alegria. Nosso projeto é bem amplo, hoje é a nossa primeira ação cultural - o sarau, mas já em fevereiro vai ter o Carnaval de Marchinhas, um carnaval antigo, com fantasia, um carnaval familiar. Em março, abril e maio vai ser a Ocupação Cultural da praça, com música, teatro e poesia... E em junho vai ser a semana de cultura. Hoje como você pode ver tem muita família e jovens, a praça está lotada. Foi o momento de adesão do público, o publico está conhecendo nosso projeto.

Lury Argolo, viúva do artista homenageado, Luis Zenko.

Lury Argolo, viúva do artista homenageado, Luis Zenko.

'Meu sentimento hoje me transporta a dois anos atrás, quando fizemos a última Seiva. Luís estava presente, desenhando todo mundo, pulando, dançando! Para minha surpresa aconteceu essa homenagem para ele hoje, se ele estivesse vivo com certeza ele ia participar. Mas ele está aqui, ele está participando do mesmo jeito, não com o corpo físico, mas ele está participando com a energia dele, com o trabalho que está sendo exposto, e sobre tudo e principalmente com a alegria que ele tinha de viver. Ele tinha muito amor por Valença, ele foi muito bem recebido aqui, e abraçou o povo de Valença. Para mim é muito importante estar aqui hoje, faz parte de minha trajetória de ter conhecido ele.'

Larissa Vitória ‘Lara‘, aluna do IFBA e poeta.

Larissa Vitória ‘Lara‘, aluna do IFBA e poeta.

‘'Meu nome é Larissa Vitoria, tenho 18 anos, fui convidada para participar da Seiva. Escrevo poesia desde criança, sempre gostei de literatura e já participei de eventos culturais e de alguns concursos. Quando entrei nesse período da adolescência comecei a prestar atenção de como as mulheres e os negros são tratados dentro de nossa sociedade, como mulher negra comecei a me identificar como uma militante. Penso que nós mulheres temos que nos unir!

Então hoje, como na praça tem muita gente para ouvir, quis escolher uma poesia que podia falar sobre esse tema. Eu muita vezes fui silenciada como mulher e não quero mais ser, então hoje denuncio, denuncio o estupro, denuncio a violência contra a mulher e denuncio o racismo. Mulheres somos gente, e iguais devemos ter o respeito. Escolhi a poesia para me expressar e denunciar as injustiças!’’

Emily Ribeiro e sua mãe

Emily Ribeiro e sua mãe

'Sou estudante do IFBA. No IFBA aprendi o que é cultura, o envolvimento com outras culturas, e a respeitar elas mesmo se não faço parte. Me envolvi no SEIVA porque os professores fizeram para nós o convite e sempre cantei. Foi uma emoção muito grande de me apresentar na praça da Republica da minha cidade!'

 

 

Mãe de Emily - 'Foi muito impressionante ver minha filha cantar na frente de tantas pessoas. Tenho um sentimento de paz e de realização, foi muito sucesso! Agradeço a Deus todos os dias para a filha que ele me deu.'

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