Respeitado crítico literário brasileiro e vencedor de prêmios como o Jabuti e o Camões, sociólogo faleceu aos 98 anos

Morreu na madrugada desta sexta-feira (12) o sociólogo Antonio Candido de Mello e Souza, aos 98 anos, em São Paulo. Considerado um dos mais importantes intelectuais do Brasil, o carioca era também um dos mais respeitados críticos literários brasileiros – sendo professor-emérito da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP) até a data de seu falecimento.

Nascido no Rio de Janeiro em 24 de julho de 1918, Antonio Candido  produziu importantes obras como Introdução ao Método Crítico de Silvio Romero (1944), Formação da Literatura Brasileira (1959) e Literatura e Sociedade (1965).

Seus trabalhos renderam-lhe prêmios como o Jabuti, o Juca Pato e o Camões – oferecidos pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), pela União Brasileira de Escritores (UBE), pelos governos do Brasil e Portugal.

Além de sua produção literário, Antonio Candido também contribui politicamente na história do Brasil. Ele participou da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT), nos anos 1980, e no ano passado, posicionou-se contra o impeachment a ex-presidente Dilma Rousseff. “Sou totalmente contra o impedimento da íntegra e destemida presidente da República (…) Os motivos alegados não me convencem e o impedimento provavelmente só agravaria a dificílima situação política e econômica do país“, escreveu o sociólogo em enquete feita pelo jornal Folha de S. Paulo sobre o assunto.

De acordo com a filha de Antonio Candido, Marina de Mello e Souza, o pai estava lúcido até os últimos momentos de sua vida e foi ele mesmo que, no sábado (6) alertou a família que não passava bem. No mesmo dia ele foi internado no hospital, onde ficou até o seu falecimento nesta sexta. As causas da morte do sociológo não foram divulgadas pela família.

O velório de Antonio Candido aconteceu no Hospital Albert Einstein, no Morumbi. Além de Marian, ele deixa outras duas filhas: Ana Luísa e Laura de Mello e Souza.

Espero que a morte dele seja um momento para a sociedade brasileira pensar sobre ética, ele era um homem muito coerente com seus ideais. Eu acho que seria bonito se o Brasil pudesse colocar a mão na cabeça e lembrar da geração dele, da geração que ele representa, um momento do país e uma geração que prezava os valores da democracia, os ideias e se comportava conforme valores mais amplos do que interesses pessoais e privados”, declarou Marina em entrevista ao portal G1.

 

Fonte: Portal Revista Claudia

Foto: Reprodução

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.