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Esta frase proferida por Ivete Sangalo, em uma apresentação na praia de Guarajuba, na Bahia, no dia primeiro de janeiro deste ano, teve uma repercussão similar a que Ivete representa para o cenário artístico brasileiro. Toda a mídia deu importância, os programas televisivos e radiofônicos apelativos, passaram dias discutindo a crise de ciúme da famosa cantora baiana; revistas cujo alimento são as fofocas dos artistas, também tiveram um prato cheio.

Ivete inovou por falar em público, interrompendo um show e soltando a fala pelo fato de seu marido estar conversando, segundo ela, demasiadamente com uma moça no camarote. Faz parte de seu perfil falar sobre assuntos que outros artistas só o fazem intramuros, ela emite opinião e dane-se o resto. Foi o que ela fez ao chamar a atenção do marido publicamente.

Por ter saído de onde saiu e ter tido uma repercussão grande, músicas já envolvendo este assunto foram criadas, já se vendem camisas com esta frase pelo Brasil a fora, e já se tornou uma “frase de efeito” usada de ponta a ponta do país.

Isso mostra que os famosos também amam, os famosos também têm ciúmes. Ciúme que é um veneno destruidor de qualquer relação.

E o mais interessante deste imbróglio todo é o surgimento de novas palavras que ganham a boca do povo e demoram a sair. Certamente, pela repercussão que já teve, a expressão utilizada por Ivete, no carnaval, será muito utilizada. Constatando assim que qualquer língua é viva, expressões caem no esquecimento, novas surgem, ganham força e se perpetuam.

Quem não se lembra do “imexível”. O ministro do trabalho Antonio Rogério Magri, usou esta expressão na era Collor, nos idos de 90, ao se referir ao plano implantado pelo então presidente da República. O plano não tinha nada de imexível, caiu, mas a expressão permanece até hoje, usada, ora com tom jocoso, ora com tom sóbrio e com a significação a que a palavra remete.

Assim como algumas falas de autoridades e de artistas dinamiza a língua, as ciências também cumprem este papel, e as novidades que o mundo apresenta trazem inovações e novas substâncias para a língua de um povo.        Hoje com tantas profissões novas, tantos ramos de estudos que há vinte, trinta anos sequer se imaginava que existiriam, quanto palavreado novo emergiu, no entanto, quanto palavreado caiu no ostracismo, enfim, a dinâmica da sociedade não deixa que a língua seja um elemento estanque, algo imexível.

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