A Câmara Técnica de Turismo da Costa do Dendê, presidida pela secretária de Turismo de Cairu, Diana Farias, se reuniu nesta terça-feira (29) no município de Taperoá, para discussões relacionadas ao segmento. Na pauta principal do encontro, a apresentação do projeto “Laboratório Vivo Tinharé: Sustentabilidade em arquipélagos”, que foi coordenada pelo professor Edmilson Teixeira, e a tragédia ambiental do óleo que atingiu o litoral nordestino.

Edmilson Teixeira, professor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), explanou aos membros da Câmara, as propostas do Laboratório Vivo e já como uma ação do projeto, deu sua contribuição, enquanto Academia, à problemática do óleo que tem atingido as praias do território.

“O Laboratório é lugar de experimentação, de pesquisa, de estudo, o que temos de novidade nesse projeto é que a Academia traz os princípios e conceitos do desenvolvimento e coloca sobre uma mesa o ingrediente para aquilo que a gente acredita que é importante no contexto de ser sustentável. O Laboratório é multidimensional, é multitemático, ele tenta de uma forma bem viva, integrar todos os saberes e toda essa energias existentes nos múltiplos segmentos, em prol daquilo que a gente tem de interesse comum”, ressaltou Edmilson ao Jornal Valença Agora.

O professor esclareceu que a Academia, além de disponibilizar conhecimento, ela também tem atuação mediadora entre os poderes constituídos e sociedade na resolução de problemas comuns. “A Academia não está criando nada, nesta reunião estavam todos falando de forma independente aquilo que é importante para o ser sustentável, só que de modo fragmentado, não tem ninguém fazendo elo integrando todos esses elementos que são importantes para o futuro do lugar, esse elo vai ser o principal aspecto da academia. Não é algo simples de ser compreendido, mas quando a gente diz que ele é vivo, ele é vivo por isso, atua na sociedade que está com muitos conflitos de interesse, de divisão, todas as partes com visões diferentes querendo chegar no mesmo lugar e isso gera conflitos, então a gente vem tentar trazer paz, harmonia, coordenação de processo a partir da visão que estamos tendo de mundo, e mostrar que é possível ter uma atuação diferenciada para colocar o lugar no rumo daquilo que a gente entende ser sustentável aqui nessa região”, destacou.

Liliana Leite, diretora executivo do IDES avaliou a participação do Laboratório Vivo Tinharé no encontro da Câmara. “É importantíssima a participação do Laboratório porque a Academia tem uma função de estruturar as metodologias adequadas e nós estamos vivendo esse momento de dificuldade com esse desastre e a gente precisa tomar medidas emergenciais, mas com a cautela necessária para que também não haja impactos futuros maiores. A academia pode nos orientar muito bem nisso articulando quem tem competência para estar apoiando na solução dos problemas. Hoje a gente já sabe que há uma mobilização grande das instâncias governamentais, da Marinha, da própria estrutura do INEMA, do Conselho da APA, mas é importante a gente estar ampliando esses esforços”, considerou.

Reunião da Câmara Técnica de Turismo Costa do Dendê (11)

Sobre o impacto do óleo na praias para o setor turístico, Liliana afirmou que é preciso utilizar outras alternativas. “A Câmara tem um papel importante para realizar um manifesto, especialmente no que diz respeito à estratégias para outras vertentes do turismo como turismo cultural, turismo religioso, nesse momento de dificuldade pra gente articular esse fluxo grande que a nossa Costa do Dendê tem. É uma oportunidade da gente crescer, amadurecer, mas especialmente unir forças em prol do desenvolvimento sustentável da região”, enfatizou.

A presidente da Câmara Técnica, Diana Farias comentou sobre a contribuição do Laboratório Vivo no problema do óleo nas praias da Costa do Dendê. “Professor Edmilson Teixeira é especialista nesses desastres ambientais, ele já coordenou, por exemplo, 500 técnicos no desastre de Brumadinho, e aqui hoje eles nos deu hoje um direcionamento muito importante nesse momento que não só o município, mas toda a região da Costa do Dendê está sofrendo, mesmo os municípios que não foram atingidos diretamente com o óleo, eles sofrem o impacto de agora e os que teremos durante alguns anos”, observou.

A secretária de Turismo de Cairu também frisou a necessidade de buscar alternativas que diminuam o impacto na economia oriunda das atividades turísticas. “Esse direcionamento do que fazer nesse momento em relação ao turismo, de nós buscarmos outras modalidades turísticas e não apenas sol e praia, como o turismo esportivo, o turismo de aventura, o turismo afro, religioso, cultural, isso enriquece todos os municípios da Costa do Dendê que tem esse mesmo perfil, então nós vamos buscar junto a toda administração municipal da região e todas as instituições que estavam aqui presentes hoje, reforçar a ideia do turismo como um todo, aquele que é vetor de desenvolvimento em todos os setores, não apenas sol e praia. Estamos vendo a união dos voluntários, do empresariado, poder municipal, estadual, esse engajamento faz com que a nossa Costa do Dendê saia desse momento difícil muito mais fortalecida”, afirmou Diana Farias.

A anfitriã da reunião, Jennifer Cabral, diretora de Turismo de Taperoá considerou o encontro muito importante, não apenas pelos temas que foram abordados, mas também para dar visibilidade aos municípios menores como Taperoá. “É importante esse encontro aqui para que os outros municípios vejam a importância de todos crescermos juntos e, consequentemente crescer o nome da Câmara de Turismo”, pontuou.

As prefeituras de Valença, Taperoá e Cairu, e as instituições SENAC, Casa do Empresário de Valença, Jornal Valença Agora também foram representadas no encontro.

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Fotos/Fonte: Jornal Valença Agora

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