A Equoterapia é um método terapêutico que utiliza o cavalo numa abordagem interdisciplinar integrando os campos da saúde, educação e equitação. O valor terapêutico mais reconhecido da prática da Equoterapia associa-se ao estímulo ao sistema nervoso central e ajustes tônicos em decorrência da busca pelo equilíbrio durante a montaria sobre o cavalo (ALVES, 2014).

Na Eqüoterapia observa-se um ajuste tônico, que é o movimento automático de adaptação ritmado, o que facilita as informações proprioceptivas. O efeito do movimento é tridimensional. O caminhar do cavalo impõe deslocamento da cintura pélvica da ordem de 5 cm nos planos vertical, horizontal e uma rotação de 8 graus para um lado e para outro (ANDE, 1999, apud EQUOTERAPIA, 2008).

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Esse método permite que o indivíduo desenvolva suas potencialidades, trabalhando aspectos relacionados ao tônus muscular, força, flexibilidade, relaxamento, responsabilidade, sociabilização, autoconfiança e autoestima.

A terapia com cavalos engloba áreas da saúde, educação e equitação, ou seja, multidisciplinar e assim pode gerar resultados positivos no tratamento de pacientes, tanto adultos, quanto crianças.

"A equoterapia é a terapia que utiliza cavalos estimulando o desenvolvimento do corpo e da mente do paciente. Ela serve para complementar o tratamento de pessoas com deficiências ou necessidades especiais, como por exemplo, a paralisia cerebral,derrame,esclerose múltipla, síndrome de Down, autismo, entre muitas outras" (RODRIGUES, 2016).

"Sendo a Equoterapia um trabalho com o ser humano dentro de uma visão global, torna-se de suma importância que esta seja realizada por intermédio da atuação de uma equipe interdisciplinar composta por vários profissionais nas seguintes áreas: educação física, equitação, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, pedagogos, enfermeiros, psicólogos, veterinários e zootecnistas, muitas atividades e técnicas em que o psicólogo assiste como recurso terapêutico, a Equoterapia vem ganhando um campo cada vez maior, onde o cavalo usado como agente promotor, revela na atualidade sua importância, mostrando os vários benefícios obtidos pelos praticantes, principalmente os portadores de deficiências e de necessidades especiais" (MENEZES, et al 2014).

No decorrer das sessões, o equoterapeuta atua falando, sem desviar sua atenção para a realização do exercício, sempre focado no objetivo específico para aquela sessão. Nesta comunicação o equoterapeuta tem uma ação nas respostas físicas e verbais, auxiliando no posicionamento correto a cavalo, nos incentivos de vencer as dificuldades incrementando a autoestima, a segurança, a confiança, o desenvolvimento das relações de amizade e visando principalmente o autocontrole (BEZERRA LM, 2011).

A grande vantagem da utilização do cavalo é que o praticante é incapaz de gerar os movimentos por si só. O cavalo gera os movimentos e os transmite ao cavaleiro, desencadeando o seu mecanismo de resposta. Apesar dos movimentos se processarem de maneira rápida, não impedem o seu entendimento pelo cérebro humano (BARBIERI, 2008).

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Helita et al. (2009), realizaram um estudo de caso em uma criança com Síndrome de Down, gênero masculino, 9 anos de idade, foi realizada uma avaliação do equilíbrio estático no laboratório de Biofotogrametria Computadorizada na clínica escola de fisioterapia da Uniararas. Ao total foram realizadas 16 sessões, sendo uma vez por semana, durante 50 minutos. A intervenção foi através do programa de equoterapia e o percurso utilizado foi em formato de figuras geométricas.

Após a intervenção da equoterapia, o participante realizou uma nova avaliação do equilíbrio estático. De maneira geral, verificou-se que com a intervenção da Equoterapia a criança com Síndrome de Down apresentou melhora em seu equilíbrio estático. A equoterapia, como atividade terapêutica, contribuiu para maior alinhamento biomecânico e consequentemente ativação e sinergia muscular adequada (MENEGHETTI, 2009).

Em relatos que nos remonta há 400 anos a.C., indicando o contato com estes animais para o tratamento de insônia e epilepsia, tal abordagem foi reconhecida em nosso país como método terapêutico em 1997, pela Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitacional, e pelo Conselho Federal de Medicina (parecer 06/97). Atualmente existem mais de 210 centros de equoterapia no país, tanto na Região Norte quanto Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul (Brasil Escola, 2019).

No entanto, os efeitos da Equoterapia não se restringem ao campo físico, ela também favorece novas formas de socialização, colabora para a autoestima e amplia a independência do praticante (ANDE/ BRASIL, 1999).

 

O governo Federal sancionou a Lei 13.830, de 2019, que regulamenta terapia com cavalos em 13 de maio do corrente ano (Canal Rural, 2019). Em publicação feita no Diário Oficial da União (DOU), a prática deverá ser adotada mediante parecer favorável de avaliação médica, psicológica e fisioterápica, além de ser obrigatório a formação de uma equipe composta por um médico veterinário e um profissional de equitação, podendo, de acordo com o objetivo do programa, ser integrado por outros profissionais.

Essa medida determina que os animais usados durante o processo sejam adestrados para uso exclusivo da equoterapia e que apresentem boa condição de saúde.

De acordo com a Associação Nacional de Equoterapia, a prática é um método terapêutico que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência ou com necessidades especiais.

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Na equoterapia, o cavalo atua como agente promotor de ganhos a nível físico e psíquico. A atividade exige a participação do corpo inteiro, trabalhando aspectos relacionados ao tônus muscular, força, flexibilidade, relaxamento, responsabilidade, sociabilização, autoconfiança e autoestima.

O cavalo oferece, ainda, movimentos de inclinações laterais de tronco para a transferência de peso, rotações para dissociação de cinturas e movimentações de báscula anterior e posterior da pelve pela movimentação de flexão e extensão do tronco.
Fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, psicopedagogos, veterinários e zootecnistas são alguns dos profissionais pertencentes à equipe. Esses definirão, para cada caso, um programa especial de acordo com os objetivos identificados. Embora as avaliações sejam individuais, a prática da equoterapia pode ser feita tanto individualmente quanto em grupo, sendo geralmente indicadas duas seções por semana, cada uma de aproximadamente meia hora de duração.

 

Autoras:

Luciana Carvalho Santos1, Camila de Sousa Figueiredo2, Denise Silva Andrade2, Natália Menezes Reis2

1Professora Doutora/IF Baiano – campus Valença

2Estudantes do curso Técnico em Agroecologia do IF Baiano – campus Valença

 

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