amalia-grimaldi

A Austrália tornou-se um dos primeiros países na prática nacional de reciclagem voluntária. Usinas de reciclagem de papel são responsáveis pela produção de setenta por cento dos papeis consumidos nos escritórios governamentais e departamentos diversos do país. Sem dúvida, um grande passo, e exemplo a seguir.

Produtos de papel, impressão de livros e jornais, embalagens diversas, higiene e limpeza, e por aí vai.  Na verdade o papel constituiu-se indispensável nas atividades do dia a dia do homem civilizado.  Por outro lado fibra e celulose, produtos oriundos da madeira ainda são usados na fabricação do papel. Florestas vêm sendo destruídas por negócios lucrativos em nome de uma economia nociva, sem consciência de sustentabilidade no replantio, e assim terminam por provocar radical extinção de espécies. Ou seja, biologicamente falando, trilhando caminho sem volta.

Hoje em dia reciclar o papel descartado não seria novidade, mas antes, uma vital necessidade. Aqui, tenho notado, que os jornais australianos usam na impressão de seus cadernos basicamente papel branco reciclado.  Assim como muitas editoras e publicadoras de livros e revistas do país. É uma questão de ‘status quo’. De fato, nesses dias contemporâneos, trata-se de uma conscientização saudável pela prática voluntária.

Tempos idos, início da nossa civilização, quando ainda não havia escrita, o homem sapiens comunicava-se através de figuras e símbolos esculpidos em pedras, ossos, parede de cavernas ou, mais adiante, em placas de argila. O papel, assim como o conhecemos hoje, foi feito pela primeira vez em Lei-Wang, na China, por Ts’ai Lun, um oficial da corte imperial. Tão antigo, este acontecimento deu-se a cerca de dois mil anos antes do nascimento de Cristo! Cascas de árvores, fibras vegetais, trapos de roupas usadas (como num simples processo de reciclagem), foram utilizados no processo artesanal. Juntavam-se os materiais em água e, que depois amassados, formariam uma polpa. Pressionando-se a mistura, restaria somente uma massa, que posta a secar em formatos diferentes, constituir-se-iam num excelente suporte, tanto para a escrita como para a impressão.

Historicamente, durante o século oito, os árabes aprisionaram os chineses na batalha de Samarcanda. Então, os mulçumanos da então região da Síria, Arábia Saudita e Iraque aprenderam o método dos chineses. O segredo do papel foi guardado com eles até o século XII.  Quando os mulçumanos invadiram a Europa através da Península Ibérica, levariam com eles este importante saber. A primeira fábrica de papel foi construída na Espanha e, a seguir o método espalhou-se pelo resto da Europa. O papel seria usado, basicamente, para a impressão de livros e textos religiosos, bíblias e documentos legais. O papel através dos tempos tornou-se então indispensável. E só agora nos nossos dias vem sendo olhado com mais respeito. E, com toda razão!

Amália

Usina de reciclagem moderna em Victoria, Austrália

Quase tudo aqui é reciclado

De reciclado deposto a papel e papelão, material orgânico e reciclagem de plásticos.  Reciclagem de madeira e reciclagem de eletrônicos e baterias. A primeira usina de papel reciclado foi construída na Austrália em 1815. Usavam-se trapos e tecidos têxteis para fazer papel. Aqui em Melbourne  a coleta de papel foi iniciada em 1920.

Em 1940 era muito comum se verem carroças puxadas a cavalo que transportariam o material da coleta para a usina. O recilcado de papel destinava-se apenas a embalagens. Organizações de caridade vêm reciclando materiais diversos tais como roupas e utensílios domésticos, e  para usos variados há cerca de 100 anos. A companhia inglesa, BHP já em 1915, começaria a reciclar o aço em escala industrial.Garrafas de vidro, latas de alumínio eram também coletadas por grupos de escoteiros e outras organizações do gênero em comunidades de base.

‘Make it Recycled and Print it Recycled’ esta é uma campanha de encorajadora do governo australiano que adquire e consome papel reclicado desde 1922.  Investimento de 90 milhões dólares aqui no estado de Victoria, trata-se de moderna tecnologia, única aqui na Austrália.

São 80 mil toneladas de papel descartado do lixão cada ano, o equivalente a 16 bilhões de folhas A4 de papel para impressora. De tecnologia avançada, a ‘Australian Paper’ ‘Maryvale Mill’produz papel branco – premium paper – aumentando a oferta de empregos e contribuindo assim grandemente para a economia australiana. Bom exemplo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.