Missa reuniu fieis, pescadores e comunidade na Igreja de São Francisco de Assis

O Bispo da Diocese de Brejo-MA, Dom José Valdeci Santos Mendes, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Pastoral dos Pescadores, pastoral ligada à CNBB, celebrou na manhã desta sexta-feira (7), na Igreja de São Francisco de Assis, em Garapuá, uma missa em homenagem aos pescadores e pescadoras da comunidade.

Além de contribuir com o serviço pastoral junto aos pescadores e pescadoras artesanais, Dom José Valdeci também é conhecido por suas manifestações em defesa das comunidades tradicionais. Em Garapuá, quilombolas reivindicam terras.

 

 

 

Bispo Dom José Valdeci celebrou missa para os pescadores e pescadoras na Igreja de São Francisco de Assis, em Garapuá (Foto: Valença Agora)

 

“A gente sabe dos grandes desafios que as nossas comunidades tradicionais, que as nossas comunidades quilombolas enfrentam, que os pescadores e pescadoras enfrentam, então para nós é muito importante dizer que, em primeiro lugar, está a vida, e assim é o nosso compromisso. Celebrar uma missa na comunidade é fortalecer também a nossa caminhada, a nossa espiritualidade como cristãos para caminhamos juntos e juntas nessa luta, manifestando a esperança diante de tantas injustiças, diante de tantas afrontas às comunidades. Somos chamados como discípulos e discípulas do nosso Senhor Jesus Cristo a estamos juntos para caminharmos de modo muito especial com os pobres, com os que sofrem, com os pescadores e pescadoras”, afirmou o Bispo ao Jornal Valença Agora.

A comunidade católica comemorou a presença de Dom José Valdeci em Garapuá. “Eu acredito que a visita aqui de Dom Valdeci é muito importante para mostrar o quanto a religião católica está presente nas comunidades”, considerou Ana Conceição.

“Pra mim é um símbolo de que a Igreja está junto com os pescadores e pescadoras nas suas lutas, com as comunidades quilombolas que, às vezes, sofrem perseguições, violências. Os pescadores são muito importante para o Brasil, são produtores de alimentos e a Igreja está junto com os pescadores”, enfatizou Maria José Pacheco.

Antônio Júnior da Pastoral da Igreja de São Francisco de Garapuá destacou a presença do líder religioso na comunidade. “É um momento muito feliz celebrar com o Bispo presidente da Pastoral dos Pescadores, numa comunidade que vem defendendo a vida, a pesca e o seu território. Então a presença do Bispo aqui vem para fortalecer a comunidade e dizer que a Igreja do Brasil está ao lado dos pobres, dos pequenos, dos pescadores, dos indígenas, dos quilombolas, das quebradeiras de coco, de todos aqueles que sofrem e lutam por dignidade”.

A moradora Fátima disse ser muito importante a presença do Bispo para a luta quilombola. “Estamos agradecendo muito a Deus por ter ele hoje aqui. Fomos e agora estamos vendo resultado. Quem denunciou a gente está aqui dentro e vendo o que está acontecendo”, ressaltou.

Aurelino José dos Santos, presidente da Colônia de Pescadores de Cairu Z-55 (Foto: Valença Agora)

O presidente da Colônia de Pescadores Z-55, Aurelino José dos Santos, prestigiou a missa. “A visita do Bispo Dom José Valdeci aqui em Garapuá de extrema importância, considerando a hierarquia eclesiástica que ele representa e isso pra comunidade não deixa de ser um motivo de honra. Graças a Deus eu pude estar aqui presente e ouvir a mensagem que ele trouxe de otimismo para os pescadores. Esperamos que essa mensagem ajude a fazer cada pescador entender o quanto é necessário realmente se trabalhar em favor da pesca artesanal, mas garantindo a cada um deles todo o direito e condição de serem prósperos”, considerou.

Antônio Carlos da Cruz dos Santos, presidente da Associação dos Pescadores e Barcos de Passeio de Garapuá falou com o JVA sobre as lutas por terra envolvendo as comunidades tradicionais e deu sua opinião sobre a condução das reivindicações.

Antônio Carlos Santos, presidente da Associação dos Pescadores e Barcos de Passeio de Garapuá (Foto: Valença Agora)

“Acredito que temos que primeiramente procurar o poder público, buscar os meios legais para garantir terra a quem ainda não tem, até porque o prefeito Hildécio Meireles já doou terrenos para pessoas da comunidade numa articulação junto a Fernando Brito e Perville”, afirmou Antônio Carlos, que se diz ser contra as invasões de terra como primeiro recurso.

O presidente da Associação dos Pescadores destaca também que no atual movimento de luta por terras, há pessoas que já tem sua propriedade. “Uma coisa é você brigar por terra para quem não tem, outra coisa é você lutar e ver pessoas que tem onde morar, que tem condições, que tem uma casa, duas, três e querer a mesma terra daqueles que ainda não tem onde morar”, enfatizou.

Enquanto liderança da comunidade, Antônio Carlos, aconselha: “Precisamos procurar o poder público junto com as associações, marcar uma reunião com o prefeito e expor a necessidade de terrenos para dar moradia às pessoas que não tem. O poder público sempre nos ajudou, mas a gente não tem aprendido a esperar, a gente quer pedir hoje e já quer que aconteça amanhã, porém tem coisas que levam anos. Mas com calma, diálogo, parceria e paciência podemos conseguir”, concluiu.

 

 

 

 

 

 

 

 

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