De acordo com o Ministério da Saúde, evidências científicas têm mostrado os benefícios de se aliar a medicina convencional e práticas integrativas para potencializar cuidados com a saúde

O Janeiro Branco é o mês de conscientização sobre as questões do bem-estar emocional. E, o dia 23 de janeiro é dedicado internacionalmente à medicina integrativa, que convoca práticas complementares para o tratamento de doenças, inclusive as psíquicas. Depressão, Ansiedade, Transtorno Bipolar, Déficit de Atenção – apenas para citar os mais comuns – precisam sempre de uma avaliação com o Psiquiatra e da prescrição de medicações supervisionadas, quando necessário. O que a Medicina Integrativa faz é acrescentar práticas médicas não convencionais, porem já consagradas, como Meditação, Yoga, Medicina Tradicional Chinesa, Medicina Ayurivédica, Botânicos, Aromaterapia, entre outras, não substituindo medicamentos.

A ideia é que, aliados aos medicamentos e à psicoterapia, esses recursos deem suporte ao tratamento, elevando a qualidade de vida, minimizando efeitos colaterais dos remédios e permitindo até mesmo a redução ou suspensão das doses com o tempo se o médico julgar pertinente.

Buscar o alívio do estresse e da ansiedade é importante inclusive porque eles são gatilhos para o aparecimento ou piora de doenças físicas. Nosso cérebro nem sempre consegue distinguir a realidade da imaginação. Daí que pensamentos negativos estimulam o organismo a liberar substâncias que afetam os sistemas hormonal e imunológico.

O conceito de medicina integrativa foi criado nos Estados Unidos na década de 70. Ele nasceu da noção de que mente, espírito e corpo devem ser vistos em conjunto por um profissional de saúde no momento do diagnóstico e na escolha do tratamento. Ao contrário das correntes mais antigas da medicina, que enxergam a doença apenas por fatores biológicos, a medicina integrativa olha além dos sintomas. Ela considera situações estressantes, alimentação, episódios traumáticos e outros aspectos que possam ter influência no estado do paciente. Desta forma, a medicina integrativa busca complementar as demais práticas já utilizadas para obter um maior poder de cura. Tem sido crescente a procura por práticas integrativas, sobretudo meditação, acupuntura e aromaterapia, para lidar com os dilemas e problemas emocionais.

Outra modalidade que ganha destaque nesse contexto é o Reiki. Realizado por pesquisadores da Fiocruz durante a pandemia de Covid-19, estudo aponta que o Reiki é uma prática que pode reduzir sintomas emocionais como medo da morte, pânico e ansiedade com a melhoria da saúde mental. O Reiki é uma das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICs) que, de acordo com o Ministério da Saúde, são recursos terapêuticos que buscam prevenir doenças e recuperar a boa saúde. Além disso, têm ênfase na escuta acolhedora que, segundo a pesquisa da Fiocruz, são fundamentais para gerar empatia, conexão e reduzir o sofrimento psíquico.

O Reiki faz parte da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PICs) do Sistema Único de Saúde (SUS), que começaram a ser implementadas pelo SUS em 2006, de forma gratuita.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 11,5 milhões de brasileiros sofrem de depressão, o equivalente a 5,8% da população. Os transtornos mentais acometem 22 milhões de brasileiros, 12% da população e, ainda, quase 19 milhões de pessoas possuem algum tipo de transtorno de ansiedade, ou seja, 9,3% da população brasileira.

Conversamos sobre o assunto com a terapeuta reikiana Helena Bastos, que é pós-graduada em Processos Criativos e Facilitação de Grupo, com Formação em Cuidado Integral da Mulher Madura e Parteira da Maturidade.

ENTREVISTA

Helena Bastos

JVA: Helena, na sua visão qual a importância das práticas integrativas na saúde mental do ser humano?

Helena Bastos: Acredito que seja muito importante, pois, o ser humano é complexo e a pics, ajudam muito a pessoa se equilibrar e relaxar. Acredito em uma parceria entre a medicina e as terapias para um cuidado mais integral da pessoa.

JVA: Nos fale em que consiste o Reiki e quais os seus benefícios.

Helena Bastos:O Reiki foi reconhecido pela Organização Mundial de Saúde como uma técnica alternativa válida. O Reiki foi finalmente reconhecido como profissão isolada pelo Ministério do Trabalho. Ele foi enquadrado dentro das atividades de práticas integrativas e complementares em saúde humana, recebendo o código 8690-9/01 da CONCLA (Comissão Nacional de Classificação), órgão responsável pela classificação de profissões e ligado ao Ministério do Trabalho e ao IBGE.

Reiki (REI = energia Ki = vital) é uma técnica considerada como terapia integrativa, em que o terapeuta (ou mestre reikiano) estende suas mãos sob partes do corpo do paciente para canalizar energia vital universal. O objetivo é restaurar o equilíbrio físico, regularizar suas funções vitais e equilibrar o campo mental e emocional.

No dia 13 de janeiro de 2017, uma Portaria do Ministério da Saúde foi publicada no Diário Oficial da União, incluindo o Reiki como uma prática integrativa na “Tabela de Procedimentos” oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), na categoria de “ações de promoção e prevenção em saúde”.

Entre os muitos benefícios que o Reiki pode proporcionar estão: redução do stress; sensação de profundo relaxamento, conforto e paz; clareza espiritual; sensação de alívio emocional durante o tratamento e até prolongando-se após a aplicação. O Reiki ajuda no processo de libertação das emoções; limpa e clarifica o seu campo energético; alivia a dor e consegue aumentar o nível e a qualidade do sangue que circula no nosso organismo, conseguindo mesmo fazer parar pequenas hemorragias. A técnica também consegue “limpar” os nossos órgãos como o fígado, rins, as artérias e outros.

Vale destacar que o Reiki é seguro no tratamento de doenças crónicas e agudas, doenças relacionadas com stress e desordens, como nos casos de sinusite, rinite, menopausa, cistite, asma, fadiga crónica, artrite, ciática, insónia, depressão, apenas para mencionar algumas delas.

JVA: Para quem o Reiki é indicado?

Helena Bastos: O Reiki é destinado a todas as pessoas sem restrições. Tem duas exceções, uma quando a pessoa estiver em cirurgia, e outra com algum membro quebrado antes de engessar. As explicações é que interfere na anestesia, e acelera a calcificação do osso.

JVA: Como você avalia à receptividade das pessoas às práticas integrativas? Há ainda muito preconceito pela falta de informação ou isso já está mudando?

Helena Bastos: Acredito que tem melhorado muito a visão das pessoas em geral a respeito das práticas integrativas. Sobre o Reiki, já existem muitos estudos científicos, por isso ele já foi aceito pela OMS, e inserido nas PICs.

Atualmente, acredito que o Reki está muito mais conhecido, a 20 anos atrás, quando eu falava que era reikiana, quase ninguém sabia o que estava falando, tinha que explicar muito. Lembro da primeira vez que ministrei Reiki em um amigo na Espanha, que estava com muita dor de dente, ele me perguntou se eu era bruxa (risos), pois o rosto desinchou e ele melhorou. Minhas mãos ficaram muito quentes, pois quando doamos Reiki, sentimos o calor da energia em nossas mãos e somos canal desta energia Universal de puro Amor. Eu acredito que o Reiki seja doação de amor fluido em energia universal.

Aqui em Valença já existem vários terapeutas que são rekianos. Muitos fizeram o Curso de Reiki na Casa Flamboaiã no Guaibim, abri minha casa para receber os cursos ministrados pela mestre Reikiana Diulina Ribeiro e seu companheiro Joston (in Memoriam). Muitos se tornaram mestres e atuantes em Valença. Eu sigo enviando Reiki a distância e sempre que me solicitam.

Importante: Os efeitos do Reiki servem como um complemento a tratamentos tradicionais e alternativos. No entanto, a técnica não deve substituir o acompanhamento médico e/ou o uso de medicamentos indicados pelo profissional de saúde que o acompanha. O ideal é sempre procurar médicos e demais profissionais capacitados.

 

 

 

 

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