Campanha ressalta a importância da conscientização para prevenção do câncer de intestino no país e pontua ações envolvendo sociedade, profissionais da saúde e governos

A Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) uniram esforços em nova força-tarefa para lançar a campanha Março Azul 2023. Confira a seguir, na íntegra, o manifesto fruto dessa cooperação, e entenda melhor a campanha

O câncer de intestino continua ceifando vidas no Brasil. A despeito de a prevenção requerer exames simples, esse é um dos três tipos de câncer mais letais em nosso País, impondo sofrimento a milhares de pacientes e suas famílias todo ano. Para enfrentar e reverter esse cenário é preciso alertar a população e o poder público: saúde é prevenção. Com esse objetivo, a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) uniram esforços em nova força-tarefa para levar essa mensagem aos brasileiros e lançar a campanha Março Azul 2023.

Focada no cidadão, a ação também quer sensibilizar profissionais da saúde, gestores públicos e tomadores de decisão sobre os riscos relacionados a essa doença e a necessidade de se facilitar o acesso ao seu diagnóstico e tratamento precoces para reduzir seus indicadores. Essa meta deve unir o sistema de saúde e entidades de especialidades médicas, com foco na qualidade de vida e saúde da população brasileira.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou estudo estimando em 45.630 os novos casos de câncer de intestino ou câncer colorretal, no Brasil para o triênio de 2023 a 2025. Se vierem a se confirmar tais projeções, a doença alcançará um contingente superior a 136 mil pessoas. Segundo o INCA, o risco estimado é de 21,10 casos por 100 mil habitantes: sendo 21.970 casos entre os homens e 23.660 casos entre as mulheres.

A instituição também divulgou números que reforçam a necessidade de maior atenção para a doença: em 2020 foram registrados 20.245 óbitos por câncer de intestino (9,56 por 100 mil). Entre os homens, houve 9.889 óbitos, correspondendo a 9,55 mortes por 100 mil homens. Entre as mulheres, foram 10.356 mortes, correspondendo a 9,57 óbitos por 100 mil mulheres.

Considerando ser o câncer de intestino uma doença prevenível e com alta probabilidade de cura se diagnosticada precocemente, a dor pela perda de cada uma dessas pessoas tornasse ainda maior, estímulo para que mantenhamos o esforço pela conscientização da população e mobilização do sistema de saúde.

Hoje, cerca de 85% dos casos de CCR são diagnosticados em fase avançada, o que aumenta os custos com o atendimento de saúde – cirurgias, quimioterapia, radioterapia – e diminui as chances de cura para um dos tumores malignos mais frequentes e fatais no país. Evitar a doença e, principalmente, aumentar a possibilidade de cura e de sobrevida de seus pacientes exigem diagnóstico e tratamento precoces dessa doença.

O enfrentamento da realidade brasileira requer iniciativas inadiáveis do cidadão, de médicos e profissionais da saúde, assim como das autoridades sanitárias.

A força-tarefa que realiza o Março Azul recomenda um conjunto de ações, nos âmbitos público e privado, que contribuirão para a proteção e a defesa do bem-estar, da saúde e da vida dos brasileiros:

1. Estímulo à promoção de hábitos saudáveis, com o combate ao tabagismo, alcoolismo, obesidade, sedentarismo, consumo excessivo de carnes vermelhas e dieta pobre em fibras, que são fatores de risco relevantes para esse tipo de câncer;

2. Realização de uma ampla campanha dos setores público e privado sobre o câncer de intestino, com foco nas ações preventivas, na divulgação dos direitos assistenciais dos pacientes e em alertas sobre o adequado encaminhamento dos pacientes dentro dos serviços;

3. Implementação de programas que facilitem o diagnóstico precoce do câncer de intestino por meio de exames específicos, como a pesquisa de sangue oculto nas fezes, a colonoscopia e a eventual retirada por endoscopia de lesões pré-malignas;

4. Fortalecimento da rede de atenção aos pacientes com doenças crônicas, permitindo àqueles com diagnóstico confirmado o acesso a leitos, equipamentos, exames, medicamentos, insumos e profissionais qualificados para atendê-los em suas necessidades;

5. Aprovação e sanção do Projeto de Lei 5024/2019, que inclui o Março Azul na agenda oficial da saúde, ao estabelecer o mês de março como o Mês de Conscientização sobre o Câncer de Cólon e Reto. Como marco emblemático desse mutirão pela prevenção, a SOBED, a SBCP e a FBG solicitam ao Congresso Nacional e ao Governo Federal que aprovem o Projeto de Lei 5024/2019, que estabelece março como o mês de conscientização da importância da prevenção ao câncer de intestino.

Pela articulação dessas iniciativas, espera-se contribuir com a prevenção e o enfrentamento da doença, oferecendo à população mecanismos que valorizem seu bem-estar, saúde e vida.

 

 

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