JANELAS ABERTAS GREGÓRIO JOSÉ

A cada dia, testemunhamos o avanço da tecnologia transformando a maneira como conduzimos nossas transações financeiras e administramos o cotidiano. Entretanto, essa evolução também traz consigo uma sombra indesejada: a sofisticação crescente dos golpes financeiros. O recente estudo conduzido pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em parceria com a Offerwise Pesquisas revela uma realidade alarmante.

Vinte por cento dos entrevistados foram vítimas de fraudes em instituições financeiras nos últimos 12 meses, o que equivale a aproximadamente 7,2 milhões de consumidores. A clonagem de cartões de crédito e débito lidera o ranking de golpes (6%), seguida pela compra de produtos em anúncios falsos em redes sociais clonadas de amigos ou conhecidos (4%). Transações não autorizadas na conta bancária, emissão de cartões de crédito e empréstimo do nome sem permissão, todos utilizando documentos falsos, também se destacam como ameaças (3% cada). Mesmo com a crescente familiaridade do consumidor brasileiro com a tecnologia, a vigilância continua sendo crucial. O PIX é um exemplo do avanço tecnológico que simplifica as transações, mas, ao mesmo tempo, os consumidores devem se resguardar contra links desconhecidos, envio de documentos a estranhos e devem sempre verificar informações antes de realizar transferências.

Após serem vítimas de golpes, os entrevistados buscaram soluções. Contato com a administradora do cartão (29%), registro de boletim de ocorrência (26%) e negociação com a empresa, instituição financeira ou pessoa responsável pela fraude (24%) foram as medidas mais comuns. Contudo, 34% afirmam não ter conseguido recuperar o dinheiro perdido.

A análise do estudo revela que 61% dos entrevistados conseguiram recuperar o dinheiro, sendo que 34% recuperaram o valor total e 18% obtiveram um valor adicional por dano moral. No entanto, 34% não tiveram êxito na recuperação financeira.

As consequências das fraudes vão além das perdas monetárias. Vinte e cinco por cento dos entrevistados tiveram seus nomes negativados, enquanto 30% precisaram recorrer à Justiça para resolver os problemas. Trinta e quatro por cento optaram pela contratação de advogados ou empresas especializadas para lidar com as situações adversas. Fica evidente a necessidade de ações preventivas e corretivas eficazes. A maioria (55%) dos entrevistados acredita que as instituições financeiras devem desempenhar um papel fundamental no combate às fraudes, seguidas pelo Banco Central (31%). O governo (31%) e os próprios consumidores (27%) também foram mencionados como agentes importantes nessa batalha.

Em um mundo cada vez mais conectado, a defesa contra golpes financeiros exige uma abordagem coletiva reforçando que a conscientização e ações coordenadas são essenciais para garantir que a tecnologia continue a ser uma aliada, não uma ameaça, em nosso cotidiano.

 

 

 

 

Gregório José

Jornalista/Radialista/Filósofo

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