Faleceu nesta segunda-feira (14), o empresário e escritor Ângelo Edmundo Paraíso Martins, filho do ex-prefeito de Valença, Gentil Paraíso Martins.

Ângelo Edmundo Paraíso Martins nasceu em Valença-BA. Quando jovem fez o curso de Direito até o segundo ano, desistindo para ser comerciante. Aos 50 anos esboçou seus primeiros versos. Todos dedicados a Ednir, sua esposa e grande musa. Com o passar do tempo foi se lançando em outros temas como o ser humano com suas vicissitudes e acertos e a mãe natureza. Lançou dois livros de poesias: “Veredas do Amor” (2002) e Canção da Esperança (2009).

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Leia abaixo, um de seus poemas, denominado “O grito do Rio Una”.

O grito do Rio Una

Rio Una, que desde a tua nascente,

desbravas a mata, desces serras, imponente

e, neste correr, sem nunca descansar,

em tua passagem nostálgica e nobre,

beijas a natureza e deságuas no mar.

 

Com tuas águas caudalosas e sempre correntes,

em teu caminho laborioso, ofereces energia

para as máquinas dia e noite movimentar;

peixes, crustáceos e água farta para os carentes

e, descendo tuas cachoeiras, com a Senhora do Amparo

fazes a velha fábrica de tecidos trabalhar.

 

Meu Rio Una querido, tu nunca arrefeces, não páras,

quando passas por Valença nos mostras uma beleza rara.

Na maré de março, transbordas exuberante no velho mercado

segues alimentando a poesia com tua sublime beleza,

ao pobre desvalido, ofereces o alimento de tua riqueza.

Mesmo assim caminhas para o mar, abatido e humilhado.

 

Desde a tua nascente, quando desces inocente,

uns derribam a mata virgem que te beija,

e Valença, a cidade que acolheste bondosamente,

derrama os dejetos de teus habitantes inconseqüentes.

Todos carinhosamente te exaltam, mas tu arquejas.

Numa jornada inóspita, de tanta pompa,

já demonstras teu cansaço e tuas fraquezas.

 

Valencianos! Escutemos o brado deste filho ilustre

para que não morra, façamos alguma coisa,

o Rio Una está gritando: por favor me socorra!

E, para estes predadores insaciáveis, fica a reflexão:

Se matas um RIO, que mata tua sede e tua fome,

submisso em tuas mãos, um dia, por certo,

teus filhos habitarão um planeta em extinção

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