Evento reuniu cortejo afro, apresentações culturais e reflexões sobre resistência e valorização da cultura negra

 Na última quarta-feira, 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, pela primeira vez feriado nacional, Valença comemorou a data com a XVII Caminhada Cultural com o tema “Consciência e Pertencimento”. Organizada pela Associação Grupo Afro Filhos da Terra, presidida pela professora e coreógrafa Célia Praesent, a celebração convidou toda a comunidade valenciana e do Baixo Sul da Bahia para prestigiar um cortejo afro que reuniu danças, músicas e expressões artísticas, destacando a riqueza e a importância da herança africana no Brasil.

A concentração aconteceu na Praça da Lapa, e o cortejo percorreu o bairro da Vila Operária, seguiu pela Orla e teve como destino final a Praça da República. Lá, a Banda Afro Reggae animou o público, e diversas lideranças compartilharam discursos em defesa da luta contra o racismo e da valorização da cultura negra.

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Célia Praesent, presidente da Associação Grupo Cultural Afro Filhos da Terra, fundadora da Caminhada Cultural da Consciência Negra em Valença - Foto: Jornal Valença Agora

Célia Praesent, presidente da Associação Grupo Afro Filhos da Terra, agradeceu a todos que contribuíram para a realização do evento:

"Quero expressar minha profunda gratidão a cada pessoa que esteve aqui hoje, valorizando e respeitando nosso movimento. Precisamos fortalecer uns aos outros para que essa caminhada cresça a cada ano. Hoje é um dia muito importante para nós, negros, para nossa história, e para a reafirmação do nosso valor na sociedade.”

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Para Adriano Pereira, ex-conselheiro estadual de Cultura e ativista cultural, a caminhada é um marco na luta pela valorização da cultura afro-brasileira:

"Completar 17 anos dessa caminhada e celebrá-la no primeiro ano como feriado nacional é muito significativo. Foi emocionante ver as pessoas não só acompanhando o cortejo, mas também esperando nas portas de suas casas para prestigiar a beleza do povo negro. Este é um dia de afirmação da nossa cultura, de lembrar Zumbi e tantas outras figuras históricas, mas também de reafirmar as expressões artísticas, como o candomblé e a capoeira, tão presentes em nossa sociedade."

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Jhessy Coutinho, representante territorial de Cultura do Baixo Sul e Adriano Pereira, ex-conselheiro estadual de Cultura - Foto: Jornal Valença Agora

Jhessy Coutinho, representante territorial de Cultura do Baixo Sul, destacou a luta histórica e a resistência da população negra:

"Esse é um momento de resistência. Resistência de um povo que foi escravizado e que ainda hoje luta por seu espaço. Quando buscamos igualdade, não é para sermos iguais aos brancos, mas para termos os mesmos direitos constitucionais. É por isso que essa caminhada é tão importante. Ela nos faz refletir sobre a luta que nunca cessou e a necessidade de sermos antirracistas, promovendo o respeito e a valorização da identidade afro-brasileira.”

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David Terra, secretário de Cultura de Nilo Peçanha - Foto: Jornal Valença Agora

David Terra, secretário de cultura de Nilo Peçanha, prestigiou a caminhada e enalteceu o papel do evento como conscientizador:

"Esse movimento é extremamente necessário para que Valença reflita sobre a inclusão e a acessibilidade do negro na sociedade, especialmente no poder. É um dos maiores eventos culturais do município, já consolidado no calendário oficial, e deve crescer ainda mais para mostrar a força e a cultura do nosso povo.”

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Everton Barcella, Bailarino do Grupo Afro Filhos da Terra - Foto: Jornal Valença Agora

Os bailarinos Everton Barcella e Beto Mel também destacaram a importância da caminhada para a preservação da cultura e ancestralidade.

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Beto Mel, Bailarino do Grupo Afro Filhos da Terra - Foto: Jornal Valença Agora

"Participar desde a primeira edição é motivo de muito orgulho para mim. É um momento de resistência e de exaltar nossa cultura através da arte,” afirmou Everton. Já Beto reforçou: "Estar aqui é uma forma de resistência, de mostrar nossa ancestralidade e garantir que nossa arte continue viva.”

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