Opinião Givaldo

O município de Valença, localizado no Baixo Sul da Bahia, com uma extensão territorial de 1.123,975 km² e uma população de 85.655 habitantes, tem na agricultura a mais importante atividade econômica. Valença integra o ranking dos 21 municípios com maior Valor Adicionado Bruto (VAB) a preços correntes do setor agropecuário: São Desidério, Formosa do Rio Preto, Barreiras, Correntina, Luís Eduardo Magalhães, Juazeiro, entre outros, sendo que Valença coloca-se em 21º lugar.

Alguns fatores concorrem para que o município se destaque no cenário agropecuário do estado da Bahia: estrutura fundiária, com quase a totalidade dos estabelecimentos, pertencendo a produtores familiares, e diversificação de culturas. Na Bahia, Valença é o maior produtor de cravo da índia e, também, de urucum, despontando como o segundo na produção de dendê. Ocupa o terceiro lugar como produtor de guaraná, é o sétimo produtor de banana e o oitavo de açaí. O município é o 10º maior produtor de cacau do estado, outras culturas de menor importância econômica, também são produzidas no município: coco da baía, café, mamão, graviola, maracujá, abacaxi, amendoim, melancia e mandioca.

As atividades agrícolas em Valença são praticadas com baixa tecnologia pela maioria dos produtores rurais, que com crédito rural, assistência técnica e insumos poderiam elevar a produtividade de suas culturas e, consequentemente, colocar o município entre as primeiras posições no ranking do valor adicional bruto da produção agropecuária do estado.

Em um município pouco industrializado, com alto índice de desemprego, baixo índice de desenvolvimento humano e baixa renda percapta, seria uma catástrofe se a agricultura não gerasse um valor de R$ 186.657.570,00 (cento e oitenta e seis milhões, seiscentos e cinquenta e sete mil e quinhentos e setenta reais), o que garante empregos e ocupação no meio rural, além de movimentar a economia dos demais setores no meio urbano.

O município de Valença tem 4.155 estabelecimentos rurais com cacaueiros, maior número, entre os municípios brasileiros produtores de cacau, com posseiros ou proprietários, garantindo distribuição de renda, onde predomina a agricultura familiar.

Os produtores de cravo da índia encontram-se no auge da colheita da especiaria, ao mesmo tempo que organizados, criaram uma associação e lutam, empreendendo uma pesquisa por conta própria, para o controle das doenças fúngicas que acometem as plantas com mortalidade. Lutam, também, pela aquisição de conhecimentos sobre as quantidades de nutrientes exportadas pelos craveiros no processo de produção, para uma reposição adequada com adubações anuais. Esperam que o Estado disponibilize pesquisas cientificas para o cravo da índia, assim como foram efetuadas para inúmeras culturas.

Valença tem grande potencial de crescimento econômico do setor primário, incrementando a produtividade com utilização de insumos e tecnologia, e ampliando as áreas existentes com a formação de novos plantios.

Diferente de municípios como Santo Antonio de Jesus, Itabuna e Ilhéus, onde o valor adicional da atividade econômica da indústria é muitas vezes superior ao da agropecuária, Valença depende do setor primário para ancorar a sua economia, sendo que a indústria apresenta um valor inferior ao das atividades agrícolas.

O elevado desempenho do setor primário da economia, em Valença, com grande importância econômica e social, deve-se aos agricultores familiares, que laboram, sonhando com um futuro melhor para viverem com dignidade. Mesmo em condições adversas, sem acesso ao crédito rural e assistência técnica, trabalhando em solos distróficos e ácidos, não desistem, lutam com fé, e conseguem vencer.

 

Por Givaldo Ferreira Couto | Imagem: Jornal Valença Agora

 

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