O papa Francisco, morto nesta segunda-feira (21), fez sua última aparição pública no Domingo de Páscoa, quando saudou a multidão. A homilia e a tradicional bênção Urbi et Orbi (à cidade de Roma e ao mundo) foram preparadas pelo pontífice e lidas por representantes do Vaticano.

Quais foram as últimas mensagens do papa

Na homilia, o papa destacou que a ressurreição não é uma metáfora ou lembrança simbólica. Ao contrário, é uma presença viva, de acordo com o Vatican News.

"Se Ele ressuscitou, então está presente em toda a parte, habita no meio de nós, esconde-se e revela-se ainda hoje nas irmãs e nos irmãos que encontramos pelo caminho [...]"

E alertou contra a ideia de um Cristo distante ou reduzido a símbolo:

"Este é o anúncio da Páscoa: é preciso procurá-lo noutro lugar. Cristo ressuscitou, está vivo! Não ficou prisioneiro da morte, já não está envolvido pelo sudário e, por isso, não podemos encerrá-lo numa bonita história para contar, não podemos fazer dele um herói do passado ou pensar nele como uma estátua colocada na sala de um museu! Pelo contrário, temos de O procurar, e, por isso, não podemos ficar parados. Temos de nos pôr em movimento, sair para O procurar: procurá-lo na vida, procurá-lo no rosto dos irmãos, procurá-lo no dia a dia, procurá-lo em todo o lado, exceto naquele túmulo."

"Podemos viver esta existência pobre, frágil e ferida agarrados a Cristo, porque Ele venceu a morte, vence a nossa escuridão e vencerá as trevas do mundo."

"Não podemos estacionar o nosso coração nas ilusões deste mundo, nem fechá-lo na tristeza; temos de correr, cheios de alegria."

Papa pediu desarmamento e paz

Após a missa, Francisco apareceu novamente na varanda e foi aplaudido por milhares de pessoas. A mensagem Urbi et Orbi foi lida pelo monsenhor Diego Ravelli. Escrita pelo papa, ela trouxe um apelo direto por paz e desarmamento:

"Não é possível haver paz sem um verdadeiro desarmamento! A necessidade que cada povo sente de garantir a sua própria defesa não pode transformar-se numa corrida generalizada ao armamento."

Francisco também condenou a violência contra civis e o ataque a estruturas essenciais como escolas e hospitais:

"Que o princípio da humanidade nunca deixe de ser o eixo do nosso agir cotidiano. Perante a crueldade dos conflitos que atingem civis indefesos, atacam escolas e hospitais e agentes humanitários, não podemos esquecer que não são atingidos alvos, mas pessoas com alma e dignidade."

Ele mencionou de forma direta a situação no Oriente Médio:

"Expresso minha proximidade com os sofrimentos (...) de todo o povo israelense e do povo palestino."

*Com informações da Reuters e de matéria publicada em 20/04/2025

Fonte: UOL | Foto: Reprodução

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