A DELAÇÃO DE UMA CADELA

Há um consenso entre os humanos de atribuírem ao cachorro como sendo o melhor amigo do homem e o  mais fiel de todos,  chega-se a dizer que o animal gosta mais do dono do que dele próprio. Não conhece a maldade, a inveja, o descontentamento, enfim, mesmo que o seu dono não o trate tão bem, ainda assim ele será sempre companheiro mantendo fidelidade com aquele que não lhe dá tanta atenção.

A história da humanidade tem mostrado alguns casos de grande repercussão nos quais aparece a fidelidade do canino, e nas conversas com amigos criadores de cães, surgem muitos e muitos fatos comprovando a fidelidade destes animais que fica restrita ao circulo familiar e ao  dos amigos.

Há um caso que se tornou famoso ganhando páginas de jornais e de revistas especializadas em todo o mundo, o fato chamou tanto a atenção que foram feitos dois filme inspirados  no zelo de um cão pelo seu dono.

Na cidade de Tóquio, um professor universitário Hidesaburo Ueno criava um cão – Hachikõ, da raça Akita. O cão o acompanhava todos os dias até a estação de trens Shibuya,  o cão voltava para casa e à tarde ia esperá-lo na estação. No dia 21 de maio, de 1925, o professor foi e não voltou por ter sofrido um infarto fulminante na universidade. Depois de indas e vindas, em que os familiares do professor tentaram acomodar o animal, ele conseguia fugir e, no final da tarde, por sete anos, ia para a estação Shibuya esperar seu dono, vindo a falecer na referida estação em 8 de março de 1935. Seus ossos foram enterrados ao lado da sepultura do professor e sua pele foi preservada e uma figura empalhada de Hachikō pode ainda ser vista no Museu Nacional de Ciências em Ueno.

A fidelidade deste cão chamou a atenção, inicialmente só dos japoneses e hoje do mundo todo. Para marcar a lealdade deste cão,  hoje tem lá uma estátua de Hachikõ, na estação, e é um ponto turístico muito visitado em Tóquio e dois filmes foram feitos, um em 1987, um filme japonês, O Conto de Hachico, e em 2009, com uma produção americana, foi lançado Sempre ao Seu Lado, ambos retratando a história de Hachico.

No interior do Piauí, também teve um caso que merece a atenção de todos. A esposa começou a desconfiar de que o  marido teria uma amante. A desconfiança é terrível, pois desmorona totalmente o desconfiado, faz ele criar muitas e muitas histórias fantasiosas a fim de reforçar sua desconfiança.

O sujeito saia, à tarde, todos os dias com sua cadela para andar  e demorava bastante tempo na rua. A esposa concluiu que os encontros amorosos com a amante aconteciam nestas saídas, já que ele era um marido caseiro demais.

Um dia ela saiu atrás do marido para dar o flagrante, mas o perdeu de vista. Entretanto continuou a andar na esperança de algo estranho acontecer e, assim, encontrar o sujeito com a mão na massa. Depois de andar a ermo, por um tempo razoável, de longe avistou a cadela sentada no passeio de uma casa. Ela ficou feliz, pois descobrira onde a amante do marido morava. Se aproximou, pulou uma baixa mureta da casa e tentava ouvir algo vindo do interior da casa, colando seu ouvido em uma janela.

Para sua surpresa, ouvia uma voz de mulher  que dizia:

- Mais embaixo, devagar, mais embaixo, devagar.

Apenas estas duas palavras.

Sua raiva aumentou e a fez criar força suficiente para arrombar a janela da casa da amante.

Quando a esposa conseguiu abrir a janela, ela viu um quadro que a deixou muito surpresa.

O marido dando banho em uma senhora octagenária, muita magra, e estava enferma sobre uma cama. Ao lado, um senhor também enfermo e esperando pelo banho.