A Educação, a Educação Jornal Valença Agora 30 de setembro de 2024 Colunistas Edgar Morin, filósofo francês que se fez referência mundial por seus estudos sobre Educação, ensina que "A educação deve ser um despertar para a filosofia, para a literatura, para a música, para as artes, porque é isso que preenche a vida”. Por aí deveriam iniciar-se todas as crianças, de todos os lugares. O filósofo, entretanto, parece não conhecer a dinâmica de certas regiões do planeta. Nem tudo é França ou Reino Unido ou Noruega ou USA, ou Japão ou Corea do Sul; nem todos estão na OCDE. Nem todos partiram do século XVII construindo instituições políticas e econômicas inclusivas; nem todos pegaram o bonde ligeiro da revolução industrial de séculos XVIII e XIX. Aqui em nossa América Latina construímos e vivemos debaixo de instituições políticas e econômicas extrativistas e ainda perdemos aquele bonde da história que fez acelerar o desenvolvimento econômico de Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, Austrália. A Educação é somente uma medida! A complexidade da vida contemporânea exige que as pessoas sejam educadas, que saibam se expressar, buscar, pesquisar, analisar e relacionar conhecimentos; exige cidadãos capazes de participar de forma crítica das diferentes instâncias da sociedade cuidando das pessoas, da vida social, dos recursos ambientais, (é bom repetir: cuidando dos recursos ambientais) da herança histórica e cultural. Não estamos preparando esses cidadãos! Nada nos parece mais importante para um município vencer obstáculos ao seu desenvolvimento do que a Educação. Chame-se esse município São Caetano do Sul, o mais rico e desenvolvido do país, topo do desenvolvimento humano com IDH-M 0,862; chame-se Brejo Santo ou Sobral, no Ceará, exemplos de superação com sua Educação no topo nacional de avaliação do IDEB, superior à média da OCDE! No nosso baixo sul, Valença, por sua condição de cidade-polo, centro financeiro e de comércio, de serviços profissionais e de influência regional, precisará sempre mais de melhor qualidade de sua Educação e de correr para melhorar o seu desenvolvimento humano. A baixa qualidade de seu ensino fundamental e médio mostrada nos índices de avaliação do IDEB-EF, já compromete não apenas o seu desenvolvimento, mas também o da sua vizinhança, principalmente os serviços turísticos, sempre mais exigentes de qualidade. Então, uma educação para a hospitalidade, uma educação para o mundo do trabalho, mas um trabalho bem específico, como atender, recepcionar ou transportar pessoas mais educadas que as nossas, é questão de sobrevivência para o turismo de Valença, como de Cairu ou Itacaré ou Maraú. Tudo a requerer gestão cada vez mais qualificada e compartilhada de uma escola excepcionalmente boa, eis que o maior dos problemas da Educação pode estar na sua gestão. A eleição muito próxima de novos prefeitos e vereadores, bem como a constituição de quadros diretivos de Educação são oportunidades para encontrar melhores meios para vencer esse grande drama da Educação Fundamental e Média em nossos municípios. Os índices de avaliação do IDEB-EF do baixo sul, não podem continuar causando vexames diante de estupendos 8,1 e 6,7 de Sobral e Brejo Santo, no Ceará! Vamos lá, saber do que eles estão fazendo! Deixe uma resposta Cancelar resposta Seu endereço de email não será publicado.ComentarNome* Email* Website