A LISTA DAS LISTAS Jornal Valença Agora 11 de março de 2025 Colunistas, Moacir Saraiva Já vi lista de todo tipo, você, estimado leitor, há de convir que quanto mais carnavais temos no lombo, mais novidades a gente vê. No tocante a lista, desde que se nasce, ou até mesmo antes, somos colocados em um mundo de listas, listam-se as semanas a fim de estabelecer em quanto tempo fomos gerados, isso para as gerações mais novas, pois as de outrora não havia esse cuidado todo. Depois vem lista de convidados para o chá de revelação e outros chás organizados pelos pais a fim de esperarem o rebento. Além da relação de convidados, faz-se um rol de presentes a serem trazidos pelos convidados. Quando o rebento nasce, há listas de brinquedos a serem adquiridos conforme a idade do bruguelo, quando se iniciam os anos escolares, são necessárias as famosas listas de materiais escolares, ou seja, desde que nascemos até a nossa partida somos acossados e até sufocados pelo surgimento de listas e mais listas a depender de circunstâncias da idade e do que se vai fazer. Depois que se cumpre o papel aqui na terra, e se vai para outra esfera, surgem as listas dos bens, aqueles bem aquinhoados são listas imensas com terrenos, carros, mansões e outros penduricalhos a fim de que os herdeiros e o estado abocanhem seu quinhão, já quando o sujeito se enquadra em um patamar daqueles que nada têm ou têm quase nada, aparecem as listas constando bicicleta, geladeira usada, cama com pé quebrado, dívidas, botijão de gás, além de outros elementos para os herdeiros brigarem entre si na disputa do quase nada. A palavra lista tem uma importância semântica devastadora ou edificadora a depender do contexto a ser aplicada. Numa grande empresa aparece a lista dos dispensados, o mesmo acontece em time de futebol, e em final de mandato de prefeitos, emerge como algo desestruturador de muitas famílias, pois ela aparece às vésperas do Natal, A palavra lista viaja com o mesmo ímpeto para edificar e alegrar vidas, quando o sujeito vê seu nome na lista dos aprovados de um concurso, quando o nome aparece na lista de ganhador de um prêmio. Ou expressão gostosa e dolorosa, há uma lista famosa no mundo todo A Lista de Schindler Um empresário alemão Oskar Schindler que, junto com a sua esposa Emilie Schindler, salvou mais de mil refugiados judeus holandeses do Holocausto, empregando-os em suas fábricas, na segunda Guerra Mundial. A partir desse fato, em 1982, surgiu um romance feito por um Australiano Thomas Keneally – A lista de Schindler e em 1993, foi transformado em filme por Steven Spielberg. Tanto o romance como o filme repercutiram em todos os povos. Caro leitor, mas a lista à qual vou me referir foi a única que já vi em todos esses anos que vivi, além disso, jamais me chegou ao conhecimento, seja através da literatura ou de ou outro meio de divulgação, ao longo do tempo, informações envolvendo algo dessa natureza. O sujeito maduro, bem sucedido e bem casado com uma parceira do seu nível, mas resolveram cada um ir para seu canto, do casal brotaram duas filhas, de 6 e 7 anos. O processo de separação foi rápido, sem nenhum disse me disse e ambos procuraram seus novos rumos. O moço continuou frequentando lugares que outrora visitava e em cada encontro desses, acompanhado por uma moça diferente, e ao se retirar, as pessoas que estavam no seu entorno percebiam que ele tirava do bolso um pedaço de papel e o riscava, tal comportamento deixou a todos curiosos, nos restaurantes os garçons, e em outros ambientes eram amigos e companheiros de trabalho. A conversa veiculada era de que ele, em um espaço de 4 meses, se apresentou com 5 mulheres, umas companheiras de trabalho do moço, outras eram amigas de longas datas, mas em nenhuma das aparições repetiu a parceira e, nesses aparecimentos, não se via sinais de namoro. Seus amigos sentiram falta dele por uns dois meses, sumiu desses ambientes que era costumeira sua presença e, em uma festa famosa da cidade, onde seriam apresentados aqueles que se destacaram no ano anterior em seus ofícios, ele também receberia o prêmio, se apresentou de braços dados com uma parceira totalmente desconhecida na cidade, na chegada deles e na mesa onde sentaram, todos perceberam que havia um laço mais forte do que apenas amizade. A festa foi bonita, eles dançaram se beijaram e em um instante de bate papo, um amigo o chamou e falou: - Amigo, é mais uma que você está enganando? Ele sorriu e serenamente, respondeu: - Nada disso, ao me separar, fiz uma lista sêxtupla com nomes de mulheres, aqui da cidade e de outras paragens, pelas quais tenho simpatia e admiração e uma delas seria minha futura companheira. Saí com todas elas a fim de conversarmos, trocarmos ideias e, nessa, vi que seria uma parceira para passar o resto dos meus dias, em algumas delas vi que viveríamos bem, no entanto, sinalizaram que não daria certo comigo. O amigo arregalou os olhos e o inquiriu: - Essa com quem você agora está, foi da segunda lista? O protagonista, sorriu e foi enfático: - Não, foi a última da lista primeira. Deixe uma resposta Cancelar resposta Seu endereço de email não será publicado.ComentarNome* Email* Website