Na última segunda-feira (2), o Diário Oficial da União anunciou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o primeiro tratamento injetável para obesidade no Brasil. Trata-se do Wegovy, fabricado pela Novo Nordisk. Para chegar a essa aprovação, vários ensaios clínicos foram conduzidos.

Os estudos revelaram que pacientes que utilizaram Wegovy (semaglutida 2,4mg) conseguiram uma perda de peso corporal média de 17%, em 68 semanas, contra 2,4% do grupo placebo. Os pesquisadores também notaram que um em cada três pacientes perdeu 20% de seu peso corporal e 83,5% dos pacientes alcançaram uma redução de 5% ou mais com a utilização do medicamento.

Os autores dos estudos também indicam a melhora dos índices cardiometabólicos, como redução da circunferência abdominal, hemoglobina glicada, triglicérides e pressão arterial.

A aprovação é o primeiro passo para o lançamento do medicamento no País, mas ainda não há uma data definida para que ele chegue ao mercado. Acontece que, após a análise de conformidade pela Anvisa, o próximo passo envolve guardar a finalização de outros processos, como a definição de preços pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos.

Segundo a diretora médica da Novo Nordisk, Priscilla Mattar, a obesidade é uma doença crônica, progressiva e multifatorial e que exige uma série de cuidados durante todo o tratamento, e com essa aprovação, é possível notar a chegada de uma nova era na maneira de lidar com a condição em questão.

Como funciona o tratamento injetável para obesidade?

Vale lembrar que o Wegovy® já é comercializado nos Estados Unidos desde 2021. O tratamento injetável para obesidade funciona como um agonista receptor do GLP-1 (GLP-1 RA), com 94% de semelhança com o hormônio humano GLP-1 que é produzido naturalmente. A molécula induz a perda de peso, reduz a fome e aumenta a sensação de saciedade.

O medicamento é indicado como coadjuvante à redução de calorias e aumento da atividade física em adultos com Índice de Massa Corporal (IMC) inicial maior ou igual a 30 kg/m2 (obesidade) ou maior ou igual a 27 kg/m2 (excesso de peso) na presença de pelo menos uma comorbidade relacionada com o peso, e não é recomendado para gestantes ou lactantes.

 

Fonte: Diário Oficial da União

Foto em destaque: AnnaStills/Envato

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