Arquiteto indígena do Xingu vira professor em universidade de Brasília Jornal Valença Agora 26 de abril de 2016 Notícias, Tecnologia Especialista na construção residencial tradicional da tribo Kamayurá do Alto Xingu, o arquiteto indígena, Maniwa Kamayurá foi um dos mestres da disciplina de Artes e Oficios dos Saberes Tradicionais oferecida pela Universidade de Brasília (UnB). O projeto Encontro de Saberes, realizado em parceria com a SID/MinC teve o objetivo de levar aos alunos universitários o conhecimento arquitetônico presente na cultura indígena. Maniwa e seu filho passaram cerca de duas semanas em Brasília compartilhando com os alunos um pouco do conhecimento milenar de seu povo. Na atividade principal, os índios e os alunos construíram uma maquete do que seria uma moradia tradicional Kamayurá, feita com materiais orgânicos e fibras, praticamente a mão quase sem utilizar ferramentas. A construção original que dura um período de 15 a 20 anos, leva cerca de 7 meses para ficar pronta e segundo o mestre, tem uma estrutura inspirada na anatomia do ser humano, com costelas, pés e peito. “A gente faz uma pessoa e essa casa não é inventada, ela vem de nossos avôs. Só a família mora na casa, sogra, filhos, genro, tios, netos”. Segundo o professor da universidade, Jaime Almeida, a arquitetura indígena faz parte de uma relação direta entre seu construtor, sua família e a comunidade. A construção das casas é trocada por comida e, além disso, os arquitetos índios passam a ter um reconhecimento social na comunidade por serem “pessoas de talento”. A estudante do curso de arquitetura e urbanismo, Lívia Brandão foi uma das participantes da disciplina e aprovou as aulas do mestre Maniwa. “É uma oportunidade inédita para nós estudantes termos acesso a forma de construção de outros povos. É incrível como eles tem a capacidade de construir as suas próprias casas e como elas são perfeitas na relação com a temperatura, luminosidade e relação com a natureza. O modelo que a gente busca, de sustentabilidade eles já aplicam há muito tempo, porque se entendem parte dessa casa, dos materiais que são usados por eles. Ter acesso a essa sabedoria e a essa historicidade é um privilégio”. Fonte: http://www.arquiteturasustentavel.org/ Deixe uma resposta Cancelar resposta Seu endereço de email não será publicado.ComentarNome* Email* Website