Encontro reuniu empresariado e representantes da sociedade civil organizada para tratativas sobre cursos de interesse da região

Reunião contou com a participação da reitoria e direção do IF Baiano, sociedade civil organizada e poder público (Foto: Valença Agora)

O auditório da Casa do Empresário de Valença foi palco na úlima terça-feira (11) de um encontro histórico entre a sociedade civil organizada de Valença e a reitoria do IF Baiano para diálogo sobre demandas educacionais do município e da região. A reunião serviu para apresentar ao instituto federal quais as áreas econômicas com maior potencial de crescimento e empregabilidade no município, para que o IF Baiano possa adequar sua grade de cursos à necessidade local e regional, suprindo assim a carência de profissionais capacitados.

Participaram do encontro, o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Valença (ACE), Vidalto Oiticica; o presidente do Sindicato Patronal do Comércio Varejista de Valença (SINCOMVAL), Elton Cunha Negrão; o Reitor do IF Baiano, Aécio José Araújo Passos Duarte; o assessor especial do instituto, Rodney Alves Barbosa; o procurador federal do IF Baiano, Osvaldo Almeida Neto; o diretor geral do campus Valença, Geovane Lima Guimarães; o advogado Evaldo Farias, representante do deputado federal Raimundo Costa; o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Social, Ademir Costa; além de representantes da Maçonaria, Rotary Club, Lions Clube, CADI, Companhia Valença Industrial, Ceplac, associações, diretores, conselheiros e colaboradores da Casa do Empresário.

Vidalto Oiticica, presidente da ACE

O presidente Vidalto Oiticica iniciou a reunião abordando as recentes parcerias da Casa do Empresário, através da ACE, com o IF Baiano, no desenvolvimento de curso voltado para o empreendedorismo e cooperativismo, e o quanto a integração do instituto com a comunidade é necessária para o desenvolvimento de Valença e da região. Oiticica destacou que, de acordo com o Sebrae, um dos principais motivos para o fechamento de empresas é a falta de mão de obra capacitada, e que o IF Baiano pode contribuir com o desenvolvimento econômico, social e sustentável do Baixo Sul, ofertando cursos de capacitação profissional.

“Temos também como objetivo aqui hoje falar das nossas dores, abrindo nossos corações, falando das nossas necessidades, para que isso contribua também para que receba orientação da instituição e através da nossa instituição a gente possa estar atuando mais assertivamente na nossa comunidade. O planejamento da Casa do Empresário, a visão, missão e valores foram elaborados dentro do IF Baiano, e foi feito isso propositadamente, para mostrar ao instituto que nós não estamos deslocados da essência do pensar, da essência da construção da missão e do comprometimento social que nós temos para com essa sociedade”, destacou Oiticica sobre a parceria entre a Casa do Empresário e o IF Baiano.

Aécio Duarte, reitor do IF Baiano

Aécio Duarte, reitor do IF Baiano

Em seu pronunciamento, o reitor Aécio Duarte considerou um equívoco de muitos anos a falta de integração do IF Baiano com a sociedade no planejamento de seus cursos, ressaltando a importância do diálogo com a sociedade para um novo momento do instituto. “Está na hora corrigir, nós não podemos continuar com equívocos. Dependemos de vocês para consolidar nossa atuação. Não temos como conceber educação nesse país sem essa via conjunta e esse diálogo direto. Esse encontro é também um pedido de ajuda, um pedido de cooperação para fazer com que as reais demandas de desenvolvimento cheguem ao espaço acadêmico, cheguem à instituição, que tem a obrigação de direcionar sua prática educativa para onde o território, a região, o estado e o país vai se desenvolver. Nós precisamos que as instituições da sociedade civil organizada, que o contexto produtivo e dos serviços, nos direcione”, disse o magnífico.

“Ou a gente junta para fazermos um processo educacional integrado em todos os níveis e em todas as vertentes de atuação no contexto de desenvolvimento ou esse país ainda vai demorar muito mais para atingir o que é o desejo de todos nós. Os investimentos, as iniciativas, todas passam pela formação, todas passam pela consolidação do processo educacional na região, é através da transformação que a educação propicia, que verdadeiramente nós vamos dar lastro a toda e qualquer iniciativa que for feita”, entendeu o reitor.

Geovane Guimarães, diretor geral do campus Valença

Geovane Guimarães, diretor geral do
campus Valença

Em sua avaliação, o diretor do campus, Geovane Guimarães, destacou que o Baixo Sul “precisa encarar os institutos federais como algo nosso”. “Nós temos um potencial enorme, então a fala do nosso reitor vem reforçar essa nossa necessidade e disponibilidade para atuarmos em parceria. Nós precisamos nos fortalecer e estamos buscando internamente esse fortalecimento e externamente, esse é um momento importantíssimo para construirmos esse avanço. Eu vejo Valença e a região com um olhar de que ele pode ser grandioso”, considerou.

“Os jovens de Valença precisam de qualidade de vida e oportunidade. Abrir novos cursos não é um problema só do IF Baiano é de todos os institutos federais do Brasil. No passado, o professor abria o curso para chamar de meu, ele achava que o curso dele era o melhor para aquela região. Isso tem mudado ao longo dos anos e hoje se tem essa necessidade de abrir novos cursos, mas ouvindo primeiramente a comunidade. Essa ação aqui hoje é o início de uma conversa para ouvir o que vocês precisam, o que o mercado de Valença precisa e o que o território do Baixo Sul precisa. Essa parceria com a Casa do Empresário, esse diálogo com a sociedade civil organizada precisa ser constante. Nós podemos abrir curso em qualquer área, nossa preocupação é com a empregabilidade para que esses profissionais formados sejam absorvidos pelo mercado e quem vai absorver esses profissionais são vocês, por isso a grande relevância desse diálogo”, destacou o assessor Rodney Barbosa.

Ademir Costa, secretário de Desen- volvimento Econômico de Valença

Ademir Costa, secretário de Desenvolvimento Econômico de Valença

O secretário municipal Ademir Costa pontuou o cenário econômico de Valença, indicando que 70% da oferta de emprego está concentrada no comércio e serviços, acompanhada em segundo lugar pela indústria e logo após pelo setor agrícola e em menor escala, em quarto lugar, o turismo. “Aí está a dinâmica econômica da cidade”, salientou. Ademir apresentou demandas para o desenvolvimento da agricultura, que pode ser desenvolvida em parceria com o IF Baiano, entre elas o procedimento de análise de solo. “O campo vem passando por uma transformação grande, há muitos investimentos, além do setor público estar investindo na melhoria das estradas, há muito investimento privado”, acrescentou o secretário, alertando para as oportunidades de empregabilidade no setor agrícola.

“O poder público, o IF Baiano e a sociedade não estão se comunicando e talvez esse momento seja a construção de pontes para mudar a realidade”, disse Costa.

Diálogo com representantes do IF Baiano, na Casa do Empresário (Foto: Divulgação)

O presidente da ACE, Vidalto Oiticica, fez pontuações sobre a importância da atuação efetiva e do compromisso com o desenvolvimento social, econômico e sustentável da região por parte das instituições da sociedade civil organizada. “Precisamos que as instituições da sociedade civil organizada estejam fortes, dinâmicas e vigorosas, porque nós estamos numa decadência ocasionada pela omissão da sociedade organizada, e o dendê, assim como o cravo e o cacau são exemplo disso. Nós temos que puxar a responsabilidade para todos nós e utilizarmos esse momento aqui para estar cobrando e pautando determinadas situações que a gente possa mudar esse cenário”.

Representantes de associações fizeram parte do diálogo (Foto: Valença Agora)

A presidente das Associação dos Pequenos Produtores de Maricoabo, Luciene Machado, ressaltou a importância do associativismo e da união entre todos os setores sociais. A associativista sugeriu ao IF Baiano o entrelaçamento da instituição com as associações de bairro e rurais, para chegarem mais próximo da comunidade, tanto para a divulgação dos cursos, quanto para contribuir com o desenvolvimento local.

Empresários e diretores da Casa do Empresário participaram de reunião (Foto: Valença Agora)

O representante do Grupo Ramiro Campelo, que contempla a rede Casa Mais Fácil e Lojas Guaibim, Tiago Menezes reforçou o interesse do comércio em profissionais qualificados, sugerindo o investimento dos institutos federais em cursos voltados para o setor, como gestão e vendas, visto que o comércio é o maior empregador do município.

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Representantes da CVI contribuíram com sugestões para novas iniciativas (Foto: Valença Agora)

Waldyr Faustini, gerente de Recursos Humanos da CVI afirmou que a necessidade de mão de obra qualificada faz com que a empresa busque profissionais de outros estados. “A gente não consegue profissionais da indústria têxtil aqui”, afirmou Faustini, que relacionou também o têxtil com a agricultura, visto que a CVI possui seis fazendas de eucaliptos para alimentar as caldeiras que geram vapor para o funcionamento do seu parque industrial, sendo este mais um viés de emprego para a região. “Pra vocês verem a grandiosidade que é a indústria, nossas caldeiras queimam eucalipto, madeira de cravo e acácia. Importamos muito algodão do oeste baiano, então não tem como dissociar a indústria da área agrícola”, ressaltou.

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Representando o mandato do deputado federal Raimundo Costa, o advogado Evaldo Farias destacou que confia na atuação dos institutos federais em Valença com o objetivo de transformar a realidade social e econômica. “Para tanto, o deputado, juntamente com a bancada baiana, através de emenda de bancada, aportou quase R$15 milhões de reais para os institutos federais do estado, dos quais quase R$4,3 milhões será aportado para o IF Baiano, objetivando oxigenar as instituições, dar meios e condições de trabalho para as instituições serem agentes transformadores, capacitando os nossos jovens, qualificando a mão de obra dos nossos jovens de Valença e de toda a região Baixo Sul”, afirmou Farias sobre o apoio do parlamentar “em tudo que for necessário para o desenvolvimento do nosso estado”.

Reitor do IF Baiano considerou a reunião muito positiva e importante para a atuação do instituto na região (Foto: Valença Agora)

Ao final do diálogo, o reitor Aécio Duarte elogiou a produtividade do encontro. “Não imaginava que essa reunião seria tão provocativa para nossa atuação. Essa é uma demonstração que esses momentos não podem ser esporádicos, têm que ser cada vez mais contínuos”, concluiu.

Um documento oficial produzido pela Casa do Empresário com as demandas discutidas na reunião será entregue ao IF Baiano para dar sequência às ações de implementação de novos cursos FIC em áreas como informática, culinária, vendas; cursos técnicos nas áreas de agroindústria e gestão; e cursos superiores nas áreas de Administração, Produção, Logística e Gestão de Pessoas.

A atuação do presidente da ACE, Vidalto Oiticica, na gestão da entidade e nas iniciativas em prol do desenvolvimento de Valença foram reconhecidas pelo capitão de fragata da Marinha, Adilton Rocha, que se referiu a Vidalto como um "incansável", em busca de dias melhores para o município e região. O diretor da Casa do Empresário, Bonfim, também aproveitou para parabenizar o presidente Vidalto, afirmando que tem orgulho de tê-lo como seu representante à frente da Associação Comercial e Empresarial de Valença.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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