Cegueira promulgada

Estão mortos não, inda respiram bem lento,

Alguns não querem mais viver crentes, honrados,

Não suportam lembrar que preferem relento,

Se não amam padecem como desprezados.

Encolhidos assistem pregam o momento,

Saudando a ventania do sul vão empurrados,

Lavando marcações, discórdias, desalento,

Na luta do arrefeço os ombros condenados.

Os olhos piscam com a luz da plateia enorme,

Respostas para que se são sempre malditos,

Cegueira promulgada não causa disforme.

Desesperados com inveja sufocados

Causam tanta piedade, chega de conflitos,

A vida vai rolando hábitos malsinados.