Via Conexão Planeta |23 de fevereiro de 2023 | Suzana Camargo

O estado da Califórnia, nos Estados Unidos, possui algumas das leis mais rígidas de proteção ao meio ambiente. E é de uma cidade de lá, Laguna Beach, que vem agora uma nova legislação para combater incêndios florestais e também, a poluição nos oceanos. A partir do ano que vem, em 2024, ficará proibida a venda e o uso de qualquer tipo de balão.

O texto da nova lei estabelece que a utilização de balões fica banida em espaços públicos ou eventos municipais e inclui aqueles feitos de poliéster, látex, papel alumínio ou outros tipos de matéria-prima. A multa para quem descumprir a nova regra é de U$ 500, cerca de R$ 2.500.

A proibição não inclui, entretanto, o uso de balões em festas particulares, em ambientes fechados.

Em 2021, a prefeitura da cidade já tinha aprovado uma outra lei que proibia estabelecimentos comerciais de vender, usar ou distribuir utensílios descartáveis de plástico, bioplástico ou poliestireno, como talheres, canudos e sacolas.

Laguna Beach fica a cerca de 80 km de Los Angeles. É uma cidade costeira, paraíso para surfistas e amantes de natureza. E como outras localidades que vivem ao lado do mar, percebe de perto o impacto desses resíduos sobre os ecossistemas e animais marinhos.

“Este é o começo. Estamos nos livrando de todas essas coisas e tentando limpar o oceano, um item de cada vez”, celebrou Chad Nelsen, diretor da Surfrider Foundation.

Segundo especialistas, o látex usado na fabricação de balões é extremamente nocivo. Como esse tipo de material é maleável, ele é facilmente ingerido por aves e outros animais marinhos. Dentro do estômago ou intestino pode causar obstrução, fome e levar à morte.

Além disso, como outros resíduos feitos de plástico, balões levam milhares e milhares de anos para se decompor e à medida que suas estruturas começam a se “quebrar”, transformam-se em micropartículas que poluem a água e se proliferam por toda a cadeia marinha.

Outros estados americanos já passaram legislações também proibindo a soltura intencional de balões, com Maryland, Virgína e Havaí.

Já balões de ar quente são um dos principais gatilhos para a ocorrência de incêndios florestais. E a Califórnia é uma das regiões que mais sofre com esse tipo de desastre. Durante os meses de verão eles sempre foram comuns no estado, todavia, nos últimos anos, eles têm começado cada vez mais cedo e se tornado muito mais intensos.

Nas últimas décadas, a chamada “estação dos incêndios” na Califórnia tem durado, em média, 105 dias mais do que nos anos 70. Um estudo com dados do Federal Emergency Management Agency (FEMA), agência federal que administra desastres naturais nos Estados Unidos, revela que a extensão dos incêndios mais que triplicou entre 1970 e 2010.

Cientistas do clima não hesitam em afirmar que esse é mais um dos efeitos do aquecimento global, que torna os extremos climáticos (secas, incêndios, furacões e tempestades) mais fortes e frequentes.

 

Foto em destaque: Rawpixel/Freepivk

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