Com o Teatro, Valença busca novo espetáculo Jornal Valença Agora 12 de janeiro de 2024 Cultura Já o disse e rr, cidades são palcos e cenários, nós os atores em cena, que fazemos o espetáculo do nosso tempo. E eis que voltando a terra amada no início de 2020, fugindo da epidemia do corona, levei um choque. O cenário está desabando, literalmente. E obviamente deixando claro que os atores do nosso tempo fazem péssimo espetáculo. O prédio do nosso Comendador Madureira, antiga Prefeitura, hoje Câmara, fechado, cheio de mato no telhado, a Igreja Matriz com o padre Marcos numa voz quase solitária pedindo socorro sem ser ouvido, e a antiga Cadeia Pública como emblema da degeneração geral, correndo o risco de virar tragédia anunciada. No conjunto, foram os espaços já destruídos, ainda há vários outros abandonados. Triste. O espetáculo do nosso tempo fica entre o lamentável e o lastimável, pensei eu. Por isso vislumbramos com particular alegria o resgate de alguns desses patrimônios, como o antigo fórum, a casa onde nasceu o Conselheiro Zacarias de Góes e Vasconcelos, o fundador do Paraná, pela Prefeitura, o colégio Conselheiro Zacarias pela Secretaria de Educação do Estado e agora também o Theatro Municipal, pelo empresário Hilton Couceiros. Longa estrada Bons sinais, com as obras da Câmara também em andamento e a Igreja Matriz finalmente olhada com o carinho merecido, depois que sofreu um incêndio criminoso. No Teatro, Hilton firmou um TAC com o Ministério Público para compensar a derrubada de um dos prédios históricos da praça, após ter sido oferecida a opção da reconstrução. - Eu preferi refazer o teatro. Abdiquei de construir um patrimônio para minha família para dar uma contribuição para botar os pingos nos ís. Será o início da volta da dignidade perdida? Claro que o problema é complexo. No lado do sonho, convém ressalvar, manter patrimônios históricos vivos e ativos vira atração turística em todos os pontos do planeta. E nosso mix é vasto, com o detalhe: na vastidão da complexidade inclui problemas de segurança que não são só nossos. Mas seja lá onde estiver a raiz da questão o resultado é cavernoso. Temos aqui as ruínas da antiga fábrica de tecidos que ninguém pode ir, virou boca quente. Como também a Usina do Candengo. E a maldição da criminalidade já atinge também o alto do Amparo, a Igreja da padroeira. O caminho para botar as coisas no lugar é longuíssimo, mas é único. Oxalá a volta do Teatro seja o início de um novo espetáculo. Deixe uma resposta Cancelar resposta Seu endereço de email não será publicado.ComentarNome* Email* Website