O Instagram anunciou nesta terça-feira, 17, alterações em suas configurações de privacidade padrão para os adolescentes. Essa estratégia é parte de um esforço para manter os jovens mais seguros e dar aos pais mais controle sobre como seus filhos interagem online.

As novas configurações tornarão as contas de adolescentes privadas por padrão, limitarão para quem esses usuários podem enviar mensagens privadas e os colocarão no nível “mais restritivo” quando se trata de visualizar conteúdo sensível. Com isso, o app bloqueará os adolescentes de ver fotos e vídeos sensíveis, incluindo postagens que mostram pessoas brigando ou certos procedimentos cosméticos.

Os adolescentes também só poderão receber mensagens de pessoas que já seguem ou com as quais já estão conectados e só poderão ser marcados ou mencionados por usuários que seguem. Os adolescentes também receberão uma notificação para sair do aplicativo após 60 minutos de uso a cada dia. Além disso, os pais poderão ver para quais contas seus filhos adolescentes estão enviando mensagens, mas não poderão ler as mensagens propriamente ditas.

Segundo a companhia, essas configurações serão ativadas automaticamente para todos os usuários do Instagram com menos de 18 anos, embora os de 16 e 17 anos possam alterá-las por conta própria, se um dos pais der permissão por meio de sua própria conta no Instagram.

Entretanto, se um adolescente mais novo tentar burlar as novas restrições alterando sua data de nascimento no serviço, por exemplo, a Meta afirmou que usará tecnologia de inteligência artificial para tentar “proativamente encontrar esses adolescentes e colocá-los” em contas mais restritivas.

Retrospecto

As mudanças acontecem após anos de críticas de que o Instagram, de propriedade da Meta, falhou em proteger adequadamente os jovens na internet. Em 2023, a Meta foi processada por um grupo de mais de 30 estados dos EUA, que alegaram que os aplicativos da empresa estariam prejudicando os jovens.

O próprio CEO da companhia, Mark Zuckerberg, compareceu a uma audiência do Congresso dos Estados Unidos, no início deste ano, sobre segurança infantil, onde a Meta foi criticada por permitir a exploração sexual infantil. O CEO lutou no tribunal para evitar enfrentar responsabilidade pessoal por quaisquer supostos danos.

Em 2021, um denunciante do Facebook revelou publicamente centenas de páginas de documentos internos do Meta, incluindo uma pesquisa da própria empresa que descobriu que o Instagram teve um impacto negativo na saúde mental de alguns adolescentes.

O chefe do Instagram, Adam Mosseri, ressaltou que as novas políticas e restrições estão em andamento há quase um ano e que não foram projetadas para apaziguar legisladores irritados. “Honestamente, não foi projetado para nenhum deles”, disse. “Minha esperança é que seja bem recebido pelos pais e pelos adolescentes, porque é exatamente para eles que foi projetado.”

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As novas configurações de conta representam o esforço mais agressivo da empresa até o momento para proteger usuários mais jovens. Mosseri disse que a ideia por trás do aumento das restrições é semelhante ao plano que a Meta tinha para o “Instagram Youth”, uma proposta para uma versão do aplicativo para crianças menores de 13 anos. Esse plano foi descartado em 2021, e Mosseri enfatizou que não há planos para reanimá-lo.

Além disso, é possível que essas novas “Contas Adolescentes”, como a Meta as está chamando, cheguem a outros aplicativos da empresa, incluindo o Facebook. “É mais rápido começar em um aplicativo e então aprender e iterar e seguir rapidamente para o resto da família [de aplicativos]”, completou Mosseri.

As novas restrições estarão disponíveis para todos os usuários menores de 18 anos nos EUA, Reino Unido, Canadá e Austrália nos próximos 60 dias, e a Meta planeja implementá-las no restante da União Europeia ainda este ano. Elas serão implementadas globalmente a partir do início de 2025.

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Fonte: Meio & Mensagem | imagem: Lindsey Bailey via The News

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