Em ato simbólico de apoio à permanência do funcionamento do Colégio Estadual João Leonardo, localizado no centro de Valença, comunidade, alunos, professores e dirigentes da unidade de ensino realizaram nesta quinta-feira (05), um “abraçasso” no prédio do colégio e caminhada nas ruas do município. A ação visou sensibilizar as autoridades estaduais para que não desativem a unidade, e pedir o apoio da população à causa. O Colégio Estadual João Leonardo da Silva é uma das instituições estaduais que não estão disponibilizando rematrículas e novas matrículas para 2020.

 

Representantes da Secretaria Estadual de Educação (SEC) estiveram em Valença na semana passada em reunião no Núcleo Territorial de Educação (NTE 06), onde se comprometeram em ouvir a comunidade escolar, explicando ainda sobre o reordenamento da rede estadual que tem provocado a desativação de matrículas em algumas instituições escolares. A falta de respostas concretas do governo estadual até esta quinta, fez com que os estudantes protestassem.

 

A professora Keila Rodrigues considera o possível fechamento do colégio uma arbitrariedade do governo.  “Nós fomos pegos de surpresa com essa notícia de que não haveria liberação de matrícula para o João Leonardo. Essa é uma escola que tem muita história, está a mais de 50 anos em Valença, muitas pessoas concluíram seus estudos aqui, é uma escola que atende vários bairros no entorno, então a gente não encontra explicação para esse fechamento. Considero uma arbitrariedade do Governo querer fechar um colégio que é atuante nos três turnos”, afirmou.

 

O estudante Everton Damascena está concluindo o Ensino Médio no João Leonardo, e mesmo estando saindo do colégio, protestou junto aos amigos do 1º e 2º ano. “Estamos hoje nas ruas em busca dos nossos direitos como cidadãos porque pagamos impostos e queremos o retorno do Governo na Educação. Vamos continuar lutando contra a desativação desse colégio, eu tenho amigos e parentes preocupados porque não estão conseguindo confirmar a rematrícula e moram muito longe para se deslocar para outros colégios”, lamentou.

 

A diretora da instituição de ensino, Rosângela Góes, participou do protesto e falou com nossa reportagem. “A falta de resposta da Secretaria de Educação tem deixado a comunidade escolar muito tensa, apesar de já ter acontecido uma visita do representante da SEC aqui em Valença, mas já se passaram nove dias e de lá pra cá nenhuma resposta. Isso está gerando muita tensão porque as aulas terminam na próxima semana e a rematrícula continua fechada. A gente precisa que essa rematrícula seja aberta e que seja dada uma resposta imediata, o que não pode continuar é sem definição, sem sabermos o que vai acontecer com a escola, apesar da secretaria ter dado a sinalização de que não fecharia o colégio”, pontuou.

 

A professora Flordolina Andrade, da NTE 06, acompanhou professores e estudantes durante a caminhada. Em entrevista ao Jornal Valença Agora, ela explicou sobre a situação do João Leonardo e enfatizou que não haverá redução na oferta de vagas na rede estadual de ensino no município.

 

“A Secretaria de Educação não tem intenção de reduzir a oferta do Ensino Médio em Valença, o que está acontecendo é um processo chamado reordenamento da rede, que visa otimizar a oferta de acordo com a demanda da comunidade. Não serão reduzidas vagas de forma alguma. O secretário de Educação da Bahia, Jerônimo Rodrigues é uma pessoa aberta ao diálogo e a SEC estará se reunindo nesta próxima semana para analisar todas essas questões relacionadas a todo o estado da Bahia, e a partir daí dar um parecer”, afirmou Flordolina, comentando ainda que acredita que a escola não será desativada. “Eu tenho absoluta certeza que pelas especificidades do João Leonardo, que é uma escola que atende uma realidade dos alunos de um lado da cidade, essa escola não será fechada. Apoio totalmente a luta das pessoas, o João Leonardo é realmente uma escola que tem uma história que tem que ser respeitada. Estamos juntos nessa luta e tenho certeza que o nosso secretário será bastante sensível a essa questão”, ressaltou.

 

Fonte/Fotos: Jornal Valença Agora

 

 

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