O evento, realizado na Fazenda Três Barras, abordou análise de solo, tecnologia de adubação e estratégias de combate à mortalidade do cravo, reunindo especialistas e produtores em busca de soluções para a melhoria da cadeia produtiva

No último dia 18 de outubro, a Fazenda Três Barras, localizada na zona rural da Formiga, em Valença-BA, foi palco do Dia de Campo, evento que reuniu produtores, técnicos e representantes de entidades voltadas à agricultura familiar para discutir temas essenciais no cultivo de cravo-da-índia. O encontro, organizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e pelo Sindicato dos Produtores Rurais de Ituberá, com apoio da Associação de Produtores de Cravo-da-Índia da Bahia (Aprocavo) e da Cooperativa dos Agricultores Familiares do Baixo Sul (Coopafbasul), abordou tópicos cruciais como análise de solo, tecnologia de adubação e controle de pragas.

Os agricultores foram recepcionados com um café da manhã na sede da Coopafbasul, no Bonfim, Valença, e, em seguida, dirigiram-se à Fazenda para participarem de palestras e demonstrações práticas. Durante o encontro, os participantes tiveram a oportunidade de aprender sobre técnicas que visam otimizar a produção, melhorar a qualidade do cravo e garantir a sustentabilidade das práticas agrícolas.

Luiz Cláudio Araújo, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Ituberá e diretor da Coopafbasul, reforçou a importância do evento: “Viemos aqui hoje na região de Valença com a parceria da Aprocravo. Creio que este será o primeiro de muitos dias de campo que faremos, compartilhando conhecimento para entender melhor a realidade do campo. Estamos aqui para melhorar a qualidade e o aprendizado, para que todos alcancem o mesmo patamar de excelência e conhecimento.”

Márcio Antônio Braga Queiroz, presidente da Aprocravo, também avaliou de forma positiva o evento: “Minha avaliação hoje é muito produtiva, principalmente por trazer o conhecimento prático aos agricultores. No cravo, não era comum práticas como análise de solo, calagem e adubação. Hoje, os agricultores saíram daqui com essa nova visão, além de compreenderem a importância de olhar para a raiz da planta, que é onde o cravo começa a morrer. Isso é algo que eles puderam visualizar claramente.”

Andreia Palma, mobilizadora do Sindicato dos Produtores Rurais de Ituberá e parceira da Coopafbasul, destacou o valor da cultura do cravo para a região: “Trouxemos agricultores para que pudessem conhecer mais sobre o cultivo do cravo. Essa cultura, que havia sido degradada, está voltando a crescer, e estamos trabalhando para melhorar as condições dos agricultores. Trabalhamos com uma variedade de produtos na cooperativa, como borracha, guaraná, cacau, e agora queremos fortalecer também a cadeia produtiva do cravo. O objetivo é agregar mais valor e apoiar os agricultores nesse processo de revitalização.”

Givaldo Ferreira Couto, técnico em agropecuária e agente de atividades agropecuárias da CEPLAC, compartilhou seu conhecimento sobre fertilização do craveiro, ressaltando a necessidade de reposição de nutrientes no solo: “O craveiro é uma planta que exige solos ricos em nutrientes e com baixa acidez. Aqui na Bahia, os solos são naturalmente pobres e ácidos, com pH em torno de 4 a 5. O ideal para o craveiro é um pH em torno de 6. É preciso que os agricultores realizem a reposição de nutrientes, já que a planta exporta macronutrientes e micronutrientes ao longo de seu crescimento. Infelizmente, não há muita pesquisa sobre as necessidades exatas da planta, o que torna ainda mais importante esse tipo de conscientização.”

Franklin, empresário de Presidente Tancredo Neves, reforçou a importância de se pensar no cravo com uma visão de futuro: “O Brasil é um país agrícola, e as condições aqui são ideais. Precisamos trabalhar juntos e transformar o cravo em uma cadeia produtiva e comercial de qualidade. O cravo tem o potencial de gerar muita riqueza, especialmente em uma região como essa, com grande concentração de produtores. O momento é de pensar no cravo da mesma forma que pensamos no cacau, com foco em qualidade e venda internacional.”

Nilson Watanabe, da região da Itiúba, em Taperoá, destacou a importância do evento para compreender melhor as causas da mortandade do cravo: “A palestra de hoje foi muito esclarecedora, principalmente em relação à mortandade do cravo, que é um problema grave na minha região. Saio daqui mais informado e satisfeito com o conhecimento que foi compartilhado.”

Roque Porto Neves, morador de Cajaíba e agricultor de longa data, relatou sua experiência no cultivo do cravo e os desafios enfrentados: “Trabalho com o cravo desde a infância e gosto muito. Vim aqui para acompanhar e trocar experiências, principalmente para aprender a controlar a mortalidade das plantas. É difícil acabar com o problema, mas acredito que podemos melhorar. Para mim, todo encontro como esse é importante para somar conhecimentos. No entanto, o desânimo vem dos custos elevados e do baixo preço de venda. Hoje, o cacau sustenta muitas atividades agrícolas, e sem ele, a situação seria mais complicada.”

Marizete, também moradora de Cajaíba, expressou sua satisfação com o evento: “Este dia foi maravilhoso, muito produtivo. Aprendi muito sobre a cultura do cravo e saio daqui com mais conhecimento para aplicar no campo.”

Heraldo Correia, técnico de campo, valorizou o aprendizado adquirido no evento: “O conhecimento adquirido hoje é muito gratificante. Quanto mais conhecimento você tem, mais pode disseminar para outras pessoas. Esse evento, sobre a cultura do cravo e a mortalidade das plantas, é uma oportunidade única de aprendizagem, especialmente porque ainda há pouca pesquisa sobre o assunto na nossa região.”

Camille Queiroz, filha de Ricardo Neves, fundador da Produtos Rico, participou do evento ao lado do pai e destacou a importância de estar envolvida na cadeia produtiva do cravo: “Estou aqui para aprender mais sobre o processo produtivo do cravo, algo que meu pai me apresentou de perto. Esta troca de conhecimentos e as novas orientações sobre a cultura do cravo são essenciais tanto para o desenvolvimento regional quanto para o nosso negócio.”

Ricardo Neves, empresário da Produtos Rico, reforçou a relevância do Dia de Campo para os produtores locais: “Vejo esse evento como de extrema importância para a cadeia produtiva e para a economia da região. É fundamental que mais produtores e apaixonados pelo cravo se envolvam nessa empreitada, buscando novas tecnologias e parcerias para superar os desafios que enfrentamos, como a mortalidade das plantas e as perdas na colheita.”

Harisson, morador da colônia de japoneses em Ituberá, também participou do evento e destacou a importância do aprendizado coletivo e da troca de experiências durante o Dia de Campo. Ele afirmou: “Hoje estamos aqui participando do Dia de Campo da Aprocravo, junto com a cooperativa Coopafbasul. Um excelente dia de campo, aprendendo e eu repassando um pouco do que eu conheço.”

Ivanildo Santos, morador da comunidade Rio Vermelho localizada no Orobó, também saiu satisfeito do encontro: “Gostei muito desse dia de campo. Aprendi sobre como adubar melhor e aplicar os produtos no cravo para evitar sua mortalidade. Isso certamente vai nos ajudar a ganhar mais dinheiro com a produção.”

O diretor do Jornal Valença Agora e representante da Valença Fm, Vidalto Oiticica, prestigiou o evento e avaliou: "O Dia de Campo foi uma oportunidade de apresentar aos produtores, pela primeira vez, a nova cultura do cultivo do cravo-da-índia na Bahia, a partir de Valença", disse em relação à novas técnicas até então desconhecidas pelos agricultores, para o bom desenvolvimento do craveiro.

Fotos: Jornal Valença Agora

 

 

 

 

 

 

 

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