O Somos 21, grupo de mães e amigos das pessoas com Síndrome de Down realizou nesta quarta-feira, 21, um evento na Praça da República, em Valença, pela comemoração do Dia Internacional da Síndrome de Dow, 21 de Março. Além de recreação para crianças com pula-pula, aula de dança e palhaços, o grupo também realizou um bingo e venda de tortas.

Aula de dança com Thiago mascarenhas animou o público na Praça da República

Aula de dança com Thiago mascarenhas animou o público na Praça da República. Foto Jornal Valença Agora.

O grupo que começou no whatsapp no ano passado e ainda não foi formalizado, investiu na sua primeira ação pública para mostrar à sociedade, a importância da inclusão das pessoas com síndrome de down e para tentar diminuir o preconceito que ainda perdura. Atualmente, cerca de 30 mães de várias cidades participam da família Somos 21.

Francilma Coutinho Souza, mãe do Arthur de 6 anos relata que ainda existe, sim, muito preconceito contra os portadores da síndrome. “Muitas pessoas ainda tem preconceito, ou seja, concebem uma ideia antes mesmo de conhecer a realidade, então nossa intenção maior é mostrar pra sociedade quem são essas pessoas com síndrome de down para que todo mundo perceba que elas são pessoas iguais a nós, com os mesmos direitos e com as mesmas capacidades, apenas com algumas limitações como todos nós podemos ter alguma, eu por exemplo, não sei andar de bicicleta, mas Arthur pode ou não aprender.  Cada pessoa aprende de uma forma diferente e num tempo diferente, a questão maior é essa, compreender o tempo de cada um, não existe padrão, todos nós temos as nossa forma de ver o mundo”, afirma.

Carol e o pequeno Miguel de 6 anos, com o pai. Foto Jornal Valença Agora.

Para Caroline Matos, “a família é muito importante na criação dessas crianças, porque quando o preconceito não existe na família o ganho é muito maior. A família é a base, nossos filhos são resultados da nossa fé, é a nossa fé neles que faz o resultado acontecer”, ressalta a mãe do Miguel, de 6 anos, da cidade de Nazaré.

Gilcimara e Emanuele vieram de Taperoá para participar das comemorações

Gilcimara e Emanuele vieram de Taperoá para participar das comemorações. Foto Jornal Valença Agora.

Também de Nazaré, a mãe da Emanuele, de 12 anos, Gilcimara, diz que o grupo está sendo muito importante na vida da família, e relembrou as dificuldades para lhe dar com a síndrome. “Quando Emanuele nasceu eu não tinha informação, nem acesso a internet, fiquei perdida, a família não sabia de nada, mas eu busquei informação e sempre corri atrás pra ajudar ela no que eu pudesse, e hoje ela está bem, estuda, lê, escreve, faz tudo só, não depende de mim pra nada, eu dou autonomia pra ela fazer tudo, o que é o mais importante”, destaca Gilcimara, acrescentando que o Somos 21 têm contribuído muito no compartilhamento de informações e de experiências.

A psicopedagoga Jaci Cruz reforça que o maior desafio é acabar com o preconceito. “O objetivo hoje é realmente mostrar pra sociedade que eles estão aí, que eles existem e que são pessoas como eu, como você e que precisam ser vistas. A grande importância é estar mostrando que eles fazem parte da nossa sociedade”, destaca.

Romi com a encantadora Camila Araújo

Romi com a encantadora Camila Araújo. Foto Jornal Valença Agora.

Romi, mãe de Camila Araújo, aluna do Ceten, ressalta a importância do evento em praça pública. “Essa é a primeira vez que é levantada essa bandeira em Valença e eu acho que a gente precisa trabalhar mais isso, precisamos incluir essas crianças, trabalhar a inclusão, o amor, o carinho ao próximo que é o que eles passam muito pra gente. Minha filha é um tesouro, é carinho e amor o tempo todo. Eu quero que ela conviva com pessoas que nem ela e quero conviver e conhecer mães que estão na mesma situação que eu para aprender cada dia mais, ensinar e compartilhar experiências, sem preconceito”, afirma.

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A Ordem DeMolay de Valença apoiou o evento. Foto Jornal Valença Agora.

Entre os voluntários do evento, estavam os DeMolays, que se pintaram de palhaços para animar as crianças. O Mestre Conselheiro da Ordem DeMolay, Glauco Rayner disse que sua mãe, que é uma das organizadoras do evento, solicitou apoio, e que ao conversar com o Conselho da Ordem, formado pelos Maçons, foi dada total assistência para participação no evento.

Famílias e amigos comemoraram o Dia Internacional da Síndrome de Down, na Praça da República

Famílias e amigos comemoraram o Dia Internacional da Síndrome de Down, na Praça da República. Foto Jornal Valença Agora.

O que é a Síndrome de Down?

 

A síndrome de Down é causada pela presença de três cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células de um indivíduo. Isso ocorre na hora da concepção de uma criança. As pessoas com síndrome de Down, ou trissomia do cromossomo 21, têm 47 cromossomos em suas células em vez de 46, como a maior parte da população.

As crianças, os jovens e os adultos com síndrome de Down podem ter algumas características semelhantes e estar sujeitos a uma maior incidência de doenças, mas apresentam personalidades e características diferentes e únicas.

É importante esclarecer que o comportamento dos pais não causa a síndrome de Down. Não há nada que eles poderiam ter feito de diferente para evitá-la. Não é culpa de ninguém. Além disso, a síndrome de Down não é uma doença, mas uma condição da pessoa associada a algumas questões para as quais os pais devem estar atentos desde o nascimento da criança.

As pessoas com síndrome de Down têm muito mais em comum com o resto da população do que diferenças. Se você é pai ou mãe de uma pessoa com síndrome de Down, o mais importante é descobrir que seu filho pode alcançar um bom desenvolvimento de suas capacidades pessoais e avançará com crescentes níveis de realização e autonomia. Ele é capaz de sentir, amar, aprender, se divertir e trabalhar. Poderá ler e escrever, deverá ir à escola como qualquer outra criança e levar uma vida autônoma. Em resumo, ele poderá ocupar um lugar próprio e digno na sociedade.

Entenda a trissomia

Os seres humanos têm, normalmente, 46 cromossomos em cada uma das células de seu organismo. Esses cromossomos são recebidos pelas células embrionárias dos pais, no momento da fecundação. Vinte e três vêm dos espermatozoides fornecidos pelo pai e os outros 23 vêm contidos no óvulo da mãe. Juntos, eles formam o ovo ou zigoto, a primeira célula de qualquer organismo. Essa célula, então, começa a se dividir, formando o novo organismo. Isso quer dizer que cada nova célula é, em teoria, uma cópia idêntica da primeira.

Os cromossomos carregam milhares de genes, que determinam todas as nossas características. Desses cromossomos, 44 são denominados regulares e formam pares (de 1 a 22). Os outros dois constituem o par de cromossomos sexuais – chamados XX no caso das meninas e XY no caso dos meninos. O que ocorre, então, para um bebê apresentar 47 cromossomos, em vez de 46, e ter síndrome de Down?

Por alguma razão que ainda não foi cientificamente explicada, ou o óvulo feminino ou o espermatozoide masculino apresentam 24 cromossomos no lugar de 23, ou seja, um cromossomo a mais. Ao se unirem aos 23 da outra célula embrionária, somam 47. Esse cromossomo extra aparece no par número 21. Por isso a síndrome de Down também é chamada de trissomia do 21. A síndrome é a ocorrência genética mais comum que existe, acontecendo em cerca de um a cada 700 nascimentos, independentemente de raça, país, religião ou condição econômica da família.

Fotos: Jornal Valença Agora

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