Iniciativa será feita em parceria com Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e quer atender, inicialmente, 100 mil produtores

Agricultores familiares do Nordeste vão ter consultoria agrícola digital. Por meio de mensagem de celular, eles vão receber informações de extensão rural como técnicas de plantio e manejo das culturas. O anúncio do novo serviço foi feito nesta terça-feira (18), pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina. A iniciativa é uma parceria do ministério com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

O Brasil será o primeiro país da América Latina a implantar o programa que é desenvolvido pela organização PAD - Agricultura de Precisão para o Desenvolvimento, que tem como um dos fundadores o Prêmio Nobel de Economia 2019, Michael Kremer. O projeto está presente em oito países da África e da Ásia, alcançando 3,6 milhões de agricultores.

Pelo programa, o agricultor familiar vai receber, duas vezes por semana, informações em linguagem simples com dados meteorológicos, manejo das culturas e do rendimento das colheitas. As mensagens chegarão, inclusive, aos agricultores que não tem internet, pois o sinal de telefonia é suficiente para recebê-las.

“Esse modelo permite que pequenos agricultores familiares tenham acesso a informações precisas por meio de seus telefones celulares para manejar e melhorar seus sistemas de produção. Fazer chegar a esses agricultores informações meteorológicas, técnicas de plantio, manejos e tratos culturais, sanidade e rendimento das colheitas, investindo na digitalização dos serviços de extensão rural”, explicou a ministra Tereza Cristina.

Esse serviço vai auxiliar os agricultores sobretudo no momento em que as visitas presenciais de extensão rural não são possíveis em razão da Covid-19.

A ministra ressaltou que a tecnologia é uma aliada da produtividade e da transformação no campo. “Há pouco menos de 50 anos, com muita pouca tecnologia disponível para a agricultura, o Brasil era um importador de alimentos. Foram a extensão rural, a pesquisa e a tecnologia que trouxeram o conhecimento e levaram Brasil a mudar radicalmente essa realidade para ser hoje um dos celeiros do mundo”, afirmou.

“Aumentamos com isso a renda de dezenas de milhares de produtores, melhoramos a qualidade de vida nos nossos territórios rurais”, disse Tereza Cristina.

Projeto Piloto

A primeira fase do programa será implementada no Nordeste com produtores rurais como criadores de caprinos e ovinos e produtores de milho e de variedades locais de feijão.

“Com certeza, atingiremos 100 mil agricultores nessa fase piloto do PAD e, com o sucesso que teremos, queremos chegar mais de um milhão de agricultores atendidos nessa região do nosso país”, disse a ministra Tereza Cristina.

Resultados

Análises feitas nos países da África e da Ásia onde o programa foi implantado mostram que o impacto foi positivo, com aumento de 4% na produtividade e ampliação de renda para as famílias em situação de vulnerabilidade.

O agricultor e a internet

Uma pesquisa feita com produtores rurais do país mostrou que mais de 70% dos que participaram acessam a internet para interesses gerais sobre agricultura.

Já as redes sociais, como o Facebook, e os serviços de mensagem, como o WhatsApp, foram apontados por 57,5% deles como meios utilizados para obter ou divulgar informações relacionadas à propriedade, comprar insumos ou vender a produção.

A pesquisa foi produzida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Foram ouvidos mais de 750 participantes entre produtores rurais, empresas e prestadores de serviço sobre tendências, desafios e oportunidades para a agricultura digital no Brasil.

 

Fonte: Governo Federal

Foto em destaque: Elza Fiúza / Agência Brasil

 

 

Uma resposta

  1. Jota

    O governo só esqueceu de facilitar o acesso à internet de qualidade à maioria das pessoas que vivem no campo. Pagamos caro para implantar um satélite, em troca as operadoras nos exploram cobrando taxas exorbitantes.

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