Azeite de Dendê produzido pela empresa Dandouro, uma das indústrias expositoras da Feirta

Azeite de Dendê produzido pela empresa Dandouro, uma das indústrias expositoras da Feira

O II Festival do Dendê realizado nos dias 21 e 22 de novembro pela Prefeitura de Valença, na Praça da República, reuniu stands de indústrias produtoras de azeite de dendê e o Instituto Federal Bahia (IF Baiano), que coordena juntamente com a Universidade Federal da Bahia (UFBA), a pesquisa para Indicação Geográfica do Azeite de Dendê da Costa do Dendê.

 

De acordo com o Censo Agropecuário 2017, a Bahia é o 2º maior produtor, atrás do Estado do Pará. Na lavoura baiana os 10 principais produtores de dendê em cacho são municípios do Baixo Sul. São produzidas anualmente 13.816 toneladas em uma área de 5.043 hectares distribuídos em 1.578 estabelecimentos. Valença é o maior município produtor com cerca de 5 mil toneladas/ano.

O Projeto para solicitação da Indicação Geográfica para o azeite de dendê da Costa do Dendê busca o desenvolvimento social e econômico local, preservando as tradições e buscando o resgate da historicidade e a valorização turística da região.

IFBaiano levou Indicação Geográfica do Azeite para discussão durante o festival

IFBaiano levou Indicação Geográfica do Azeite para discussão durante o festival.

O Jornal Valença Agora visitou o stand do IF Baiano durante o Festival e conversou com a professora Dislene Cardoso, coordenadora de pesquisa da instituição. “A Indicação Geográfica está sendo matéria para muitas pesquisas em diversos ramos, por exemplo, que trabalha com história, vai trabalhar com as questões histórico-culturais do azeite de dendê na Costa do Dendê. Eu sou da área de Letras, então me interessa a história oral, as memórias, por isso eu acho muito importante você perceber que não é apenas o azeite do dendê, mas é tudo que está em volta. Nosso papel é fazer essa ponte ao lado da comunidade, dos agricultores, das empresas”, destacou Dislene Cardoso.

Estudantes do IF Baiano visitaram stands para conhecer mais sobre a produção do azeite de dendê na região

Estudantes do IF Baiano visitaram stands para conhecer mais sobre a produção do azeite de dendê na região.

A educadora também ressaltou a importância de toda a cadeia produtiva do azeite de dendê dar a sua contribuição para o projeto da IG. “Essa Indicação Geográfica depende muito do interesse, da participação e da aceitação de toda a comunidade, não é algo que vem da Academia para os produtores, mas isso é importante como uma construção, uma parceria onde todos estão interessados em fazer a sua parte para que o azeite do dendê tenha a valorização que ele realmente merece ter, para que nós não precisemos mais trazer 90% do azeite do Pará para dar conta das nossas necessidades”, considerou Dislene.

Estudantes visitam stands

Estudantes visitam stands

A professora acompanhou os estudantes em visita aos stands das empresas produtoras de azeite de dendê em Valença: Dandouro, Continental, Terra Boa, Kidendê e Graciosa, que expuseram seus produtos como, azeite de dendê (flor, orgânico e integral), gordura vegetal, Glicomel e outros, a exemplo do coco e seus subprodutos.

São parceiros do IF Baiano e da UFBA na busca pela IG, a Prefeitura de Valença, a ANVISA/Valença, a Ceplac e o Governo do Estado, através da CAR, da Bahiater e do CESOL.

 

INDICAÇÃO GEOGRÁFICA

 

As Indicações Geográficas (IGs) são signos distintivos e qualificação que permitem vincular um produto ao seu território de origem, justificadas pelas condições ambientais (clima, solo, relevo, hidrografia, geologia, etc.), e pelo saber-fazer humano transmitido de geração a geração.

 

As indicações geográficas foram criadas como modalidade de propriedade intelectual pelo Acordo dos Direitos de Propriedade Intelectual relacionados com o Comércio (ADPIC) da Organização Mundial do Comércio.

 

No Brasil, as Indicações Geográficas são reguladas pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), através da Lei nº 9279/1996, de 14 de maio de 1996 e a Instrução Normativa PR nº 95, de 28 de dezembro de 2018.

Atualmente, existem 62 indicações geográficas registradas.***

***Reportagem na íntegra, na edição impressa do Jornal Valença Agora

 

 

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