Namoro e cartório se tornam o “novo normal do relacionamento” Jornal Valença Agora 25 de junho de 2024 Colunistas Ah, meus caros leitores, vivemos tempos fascinantes. No auge do romance moderno, o amor não só é feito de beijos, abraços e jantares à luz de velas, mas também de advogados e cartórios. Sim, estamos falando do fenômeno da década: o “contrato de namoro”. Imagine só a cena: você está ali, naquele clássico momento de “o que é meu será nosso”, mas, espera aí, antes de pular para o “felizes para sempre”, você precisa se certificar de que tudo está documentado. Nada mais romântico do que um “eu te amo” seguido de “você pode assinar aqui, por favor?”. O contrato de namoro é a nova moda entre os casais cautelosos. Vamos combinar: nada diz mais “romance do século XXI” do que um documento declarando que vocês, de fato, estão juntos, mas que isso não implica nenhuma comunhão de bens. É como se dissessem: “Eu te amo, mas o meu apartamento fica fora dessa equação”. Ah, que saudade dos tempos dos nossos avós! Naqueles dias, um aperto de mão e um sorriso eram suficientes para firmar um compromisso eterno. Hoje, parece que o verdadeiro compromisso vem com uma assinatura, uma testemunha e um selo oficial. Imagem gerada pelo COPILOT Os tempos mudaram, e com eles, os relacionamentos. Passamos pela era da “amizade-colorida”, que permitiu beijos e abraços sem nenhuma cobrança depois. Vieram os “ficantes”, onde a única coisa a ser discutida era o status do WhatsApp e, agora, estamos na era do “contrato de namoro”, onde até mesmo a paixão precisa ser formalizada e carimbada. Para quem se lembra dos tempos em que uma declaração de amor consistia em uma serenata e um anel de compromisso, o contrato de namoro pode parecer um tanto quanto frio. Um olhar apaixonado e um suspiro eram suficientes para selar "para sempre". Hoje, o beijo vem acompanhado de um “aqui está meu advogado, vamos resolver isso de forma legal”. Parece exagero? Pode ser. Mas também é uma maneira prática de proteger os bens e evitar futuras disputas sobre quem fica com a poltrona reclinável ou o gato persa. Vamos ser francos, amarrar o coração a um contrato parece a antítese do romance. Mas, no meio das complexidades modernas, ter tudo preto no branco pode ser reconfortante. Afinal, entre as longas conversas no WhatsApp, vídeos compartilhados de “nudes” e as vidas agitadas, nada como um pouco de clareza para evitar futuros desentendimentos. Não é a fantasia de novela das seis, mas é uma maneira eficiente de proteger o que é seu enquanto você tenta construir algo com outra pessoa. Se a formalidade traz paz ao coração, que assim seja. Mas, se o seu coração ainda prefere a espontaneidade de um amor sem papelada, tudo bem também. A chave para qualquer relacionamento saudável não está no cartório, mas na confiança e no respeito mútuo. E, como diria um sábio humorista, se o amor é uma piada, que seja ao menos bem contada – com ou sem cláusula de proteção de bens. Boa sorte, Amem com sabedoria e, se necessário, com um bom advogado por perto. Deixe uma resposta Cancelar resposta Seu endereço de email não será publicado.ComentarNome* Email* Website