O calor e suas histórias Jornal Valença Agora 1 de fevereiro de 2016 Colunistas, Moacir Saraiva “O calor está tão forte que já estou começando a gostar de quem fala cuspindo, o famoso “boca de chuveiro”.” Ouvi este comentário que constata a mania que o povo tem de reclamar, reclama de tudo e quando encontra um motivo, nossa, reclama em demasia em todos os lugares e com inventividade. O lado positivo deste momento é pelo fato de as pessoas reclamarem do tempo e deixarem de se meter na vida dos outros, essa é a versão de alguns. Alguns mais calorosos e admiradores de Jota Quest já o questionam, ou melhor, estão querendo parar de amar. Ele diz: “o amor é o calor que aquece a alma”. Os fãs retrucam: “Por favor, parem de me amar que o calor tá grande.” De todos os lados vêm conversas interessantes sobre o aquecimento. Outro dia vi um sujeito dizendo que neste período de calor, todo dia liga para a ex-namorada apenas para ser tratado com frieza. No desespero para que a chuva venha ou fazer menos calor, tem gente buscando auxílio em todas as forças do além. Antes, se dizia que uma boa procissão para São José, o caso era resolvido, mas hoje parece que o Santo está precisando de mais orações ou percebe que o povo está sem fé. Já se criou um grupo no zapzap procurando um índio com experiência em dança da chuva, outro grupo procurando rezadeiras, cartomantes, e outros profissionais que antes se preocupavam em arrumar marido, resolver problemas financeiros, fazer curas espirituais e outros servicitos; agora, o grupo procura estes profissionais, oferecendo muita grana, pedindo para que eles façam chover e o tempo fique mais frio. Segundo alguns estudiosos, neste período de muito calor o mau humor impera, o corpo fica fatigado, suado, um mal estar danado gerando um ambiente interno, no sujeito, difícil para que a cordialidade seja externada. Quem tem um rosto alegre, esta alegria diminui; quem já é carrancudo, a carranquice triplica. Além do mau humor, aumenta o consumo de perfumes por conta do “fedoba” que a suadeira provoca, não são poucas as situações em que o sujeito, molhado de suor, exala um cheiro nada agradável. O calor traz muitos transtornos para o equilíbrio da humanidade. Muitos buscam amenizar, uns se tornam freqüentadores de bancos, mesmo que nada vá fazer por lá tão somente para desfrutar dos benefícios do ar condicionado, outros visitam lojas em que há um ambiente climatizado, há aqueles que se rebolam a fim de ter o conforto dentro da própria casa. Vi dois senhores conversando sobre o calor, trabalhadores simples. Um deles se adiantou dizendo que comprou um aparelho de ar condicionado a fim de ter um sono tranqüilo, uma vez que no calor, nenhum ventilador conseguia fazer com que ele tivesse um sono tranquilo. Continuou dizendo que esse conforto o obrigava a trabalhar todos os domingos a fim de pagar a conta de luz que está vindo muito alta. Deixe uma resposta Cancelar resposta Seu endereço de email não será publicado.ComentarNome* Email* Website