Danilo Umbelino, Ramon Umbelino, Bianca Muniz, Carlos Baumgarten, Marcos Curuelo, João Paulo e Amanda Aouad fazem parte do coletivo urgente de audiovisual (CUAL) que organizou o evento CINE AVUADORA que aconteceu na cidade de Valença nesse fim de semana. Sábado 19 e Domingo 20 de Março no Centro de Cultura Olivia Barradas.

Depois de Alagoinhas, a cidade de Valença, no Baixo Sul baiano, recebeu no sábado dia 19 uma sessão do Cine Avuadora, projeto do Coletivo Urgente de Audiovisual – CUAL. Foram exibidos os filmes “Dançando, Mas Tô Andando”, “Doido Lelé”, “Menino do Cinco”, “Menino Invisível”, “O Cadeado” e “O Velho e os Três Meninos”. A sessão gratuita aconteceu no Centro de Cultura da cidade. No dia 20, o público participou do workshop sobre o panorama da produção cinematográfica atual, seus métodos e as novas possibilidades dentro do audiovisual.

Após a sessão, o público participou de um debate com os críticos João Paulo Barreto e Amanda Aouad. O workshop foi ministrado pelos integrantes do CUAL.

Essa é a segunda sessão do cineclube no interior. O projeto tem o objetivo de exibir filmes independentes e aproximar o público dessas produções, que geralmente têm espaços de exibição restritos a festivais. A proposta, para essa edição, é exibir apenas filmes baianos de curta-metragem contemporâneos. Nesse aspecto, o projeto traz uma reflexão sobre o espaço do curta-metragem dentro do panorama da produção audiovisual, que mesmo diante de um contexto favorável em termos de realização, ainda passa pelo gargalo da distribuição.

Jornal Valença Agora : Como surgiu o coletivo Cual?

coletivo 2O coletivo Cual: Estudamos juntos em Salvador. O Cual, o coletivo urgente de audiovisual surgiu com objetivo de produzir um cinema a baixo custo, produzir nossas ideias. Faz cinco anos que ele existe e produzimos 16 filmes, curta e meio-metragem.

Quando estávamos na faculdade tinhamos essas questões: Como vamos produzir? Como posso escrever um roteiro? Como posso desenvolver uma ideia?

A gente pensou que a única maneira, a única forma seria se unir, percebemos a necessidade não somente de organização, mais uma necessidade de estratégia para produzir nossas ideias. Nossa proposta é fazer uma produção não hierarquizada, de uma maneira livre onde todo mundo pode interferir em todos os processos.

Depois começamos a nos dar conta que não podíamos somente produzir porque não tínhamos janela. Então começamos a querer exibir nossas produções, nossos filmes. Fizemos vários cineclubes.

No final hoje trabalhamos em três eixos: -  A educação com as oficinas que fazemos, produção de filme e a outra difusão do cinema Baiano. Esse projeto é fruto dessa tri-vontade.

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Jornal Valença Agora: Porque escolher Valença para o evento ‘cinema avuadora’?

Cual: Escolhemos algumas cidades do interior para essa etapa do cinema avuadora. Nossa proposta é fazer circular as produções contemporâneas baianas nas cidades do interior.

Passamos primeiro em Alagoinhas, agora estamos em Valença e depois vamos para Jequié. Nossa proposta é o cine avuadora interiorizando o cinema Baiano.

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Pensamos em cidade do interior da Bahia que não tinha uma tradição cinematográfica, porque nas cidades do interior tem algumas que se destacam que tem um festival de cinema ou uma escola de cinema. Preferimos escolher cidades que não tem uma tradição nessa área.

Jornal Valença Agora: Porque escolher unicamente filme nacional Baiano?

Cual: Porque achamos que a produção cinematográfica baiana é particularmente efervescente e achamos importante dar visibilidade a essas produções. O edital também estando no Estado da Bahia, tentamos focar na distribuição do cinema baiano.

Porque escolher esses cinco filmes?



São filmes que gostamos, achamos também que são filmes acessíveis para o público tecnicamente e narrativamente. São filmes contemporâneos. Alguns desses filmes foram filmados no interior, então também foi um critério de escolha de trazer filmes que foram feitos em alguns interiores da Bahia para poder dialogar com o público do interior.

Jornal Valença Agora: O cinema brasileiro deixa espaço para os jovens realizadores?

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Cual: O cinema brasileiro é plural,  não conseguimos achar um cinema brasileiro. Para nós, fazer cinema significa fazer filmes baratos que acessam a um público mais restrito.

O que falta para os baianos verem filmes baianos? Nossa proposta é fazer essa ponte!

Nossos filmes vão estar totalmente diferentes de uma pessoa que mora no Rio, Manaus ou São Paulo. O cinema brasileiro é muito diversificado. E nós lutamos, é nossa ideologia que o cinema seja assim cada vez mais diverso, e saia desses eixos das grandes capitais, então a gente se encera nesse cinema brasileiro plural que tenta mostrar outros personagens, outros cenários.

Jornal Valença Agora: Para os jovens da cidade que querem fazer cinema, vocês tem um conselho?

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Cual: Primeiro Fazer, tirar suas ideias do papel, coragem de aceitar que fazendo seu primeiro filme você pode errar, mas vai aprender com esses erros. Foi o nosso caminho...

Vamos aprendendo e evoluindo. O cinema não precisa sempre de muita técnica, de muito dinheiro,você pode fazer cinema filmando seu pai em casa com sua câmera de celular, entender o que você quer filmar, onde apontar sua câmara!

Os jovens tem que achar outros referenciais, outros cinemas, achar outras formas.  Se a gente pensa que o nosso único referencial é Hollywood a gente não sairia daqui.

Nos dias 27 e 28 de Maio estaremos de volta em Valença!

Vamos voltar aqui para tentar trazer filmes locais. Nossa proposta é que as pessoas de Valença façam filmes e mandem esses filmes para nós. E quando voltarmos em maio, queremos mostrar esses filmes! Justamente para incentivar a produção!

Temos hoje a etapa de trazer referências, mostrar um outro cinema para as pessoas entender que elas também podem produzir!

 

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