O PEDIDOR DE LIVROS Jornal Valença Agora 4 de novembro de 2024 Colunistas, Moacir Saraiva Ao longo dos meus vários anos letivos dentro de escola e fora dela, já vi muitas campanhas pedindo livros para bibliotecas, agora mesmo, algumas universidades estão doando livros para suas coirmãs do Rio Grande do sul, em virtude das cheias daquele estado que destruiu os acervos bibliográficos de universidades. Já li casos de garis que montaram bibliotecas para a comunidade a partir de livros encontrados no lixo e não pedindo-os de porta em porta. Essa atitude teve repercussão do mesmo tamanho da grandeza desse gesto e ganhou notoriedade nacional. No cotidiano, nós encontramos nas ruas todo tipo de pedinte, além das ruas, chegam mensagens no zap e através de ligações gente pedindo objetos, utensílios e até dinheiro para campanhas, justas, mas são muitos pedintes e se formos atender a todos, não sei o que será de nós. Em determinadas comunidades, vizinhos pedem um pouco de café ou de açúcar ou de outros ingredientes qualquer a fim de complementar a feitura de seu alimento. Nas escolas, alunos pedem uma folha de papel, pedem um clips, pedem pesca, alunos também pedem carona. Os pedidos por parte de alunos e de vizinhos são os mais diversos possíveis, muitos atendidos outros negados, mas os pedintes, às vezes se tornam doadores e vice-versa. Nas ruas nem se fala a quantidade de pedintes que aparecem, são de toda natureza, uns pedem dinheiro, outros pedem comida, roupas são solicitadas, enfim a pedição é muito grande, e esse grau elevado dessa prática mostra que a fome passeia por nossas cidades, infelizmente, além da fome, falta de empregos e constata-se que participamos de uma sociedade onde carece de uma melhor distribuição de renda. Além daqueles que imploram por alimentos, há aqueles que pedem uma cachaça, pedem também cerveja, muitos pedem informações. Recentemente, lancei meu quarto livro de Crônicas e busquei profissionalizar todo o processo, desde a confecção da capa até as vendas e pós vendas. Nessas novidades, o Instagram está sendo utilizado na propaganda dos livros e me leva a todos os estados brasileiros e até a outros países, com isso tenho feito vendas para pessoas com as quais nunca tive contato. Quando um possível leitor entra em contato comigo, falo do valor, da forma de pagamento, que é o pix, ou transferência. O sujeito cumpre essas etapas me manda o endereço e eu envio o livro. Nesta semana, um moço do interior do estado de São Paulo, entrou em contato comigo, dizendo estar interessado no livro. Coloquei as condições para ele adquirir Retalhos da Vida, após eu esclarecer via texto todas as condições, ele ligou para mim e falou: - Moço, não tenho dinheiro, nem pix, mas quero o livro. Continuou, ele: - Por favor, me dê o livro. Um pedido inusitado e diante deste apelo, não titubeei, respondi: - Vou te mandar o livro. Primeira vez que me deparo com um pedidor de livro. Ele veio com tanta humildade, com palavras e tom de voz, que me fez lembrar vários pedintes com quem me deparo na rua no dia a dia. Este moço me pareceu estar pedindo algo para saciar a fome, talvez fome de boas viagens através da uma boa literatura. Fique por dentro das notícias que mais importam de forma rápida e prática. Siga o nosso Canal! CLIQUE AQUI 📲 Deixe uma resposta Cancelar resposta Seu endereço de email não será publicado.ComentarNome* Email* Website