C com C - Sergio Herrera vinheta

A consigna escrita e presente no símbolo pátrio brasileiro é o princípio que deve reger a racionalidade administrativa do bem público, é bem verdade que para que tal iniciativa se efetive será fundamental partir de um projeto político que saiba conduzir as duas esferas que integram a realidade valenciana, a saber: o espaço público e o espaço privado.

Valença é fruto da urbanização da cultura colonial que pouca atenção tem recebido, exceto, em primeira instância, pelos receios ocasionados à consequência de uma urbanização descontínua que vem acarretando variadas formas de desorganização social; em segundo, pelo acelerado crescimento da infraestrutura dos meios de transporte.

Percorrendo as ruas estreitas da cidade percebemos como ela se converteu num sistema de mercado entre o comercio formal e informal, nada demais nisso visto que são fontes de renda familiar e empresarial, o que sim importa é a falta de organização da mesma que invadiu o espaço público impedindo o livre transito de pedestres e veículos.

Claro exemplo disso é o calçadão que também comporta a banca de frutas, verduras, utensílios do lar entre outros – aliás espaço inadequado de comercialização – deixando o cliente dar conta, a sua maneira, de satisfazer as suas necessidades de compra. Por outro lado, o que preocupa é a forma com que se comercializam os produtos alimentícios que ficam em exposição ao sol, a poeira e a poluição de gases dos carros, ainda bem que não tivemos um surto de pandemia ou qualquer outra doença (espera-se que nunca tenha), quer dizer, não sabemos com certeza se há ou não, só sabemos que nessas horas fica ausente a secretaria municipal correspondente para fiscalizar e realizar trabalho de prevenção, o que implica, carência de planejamento da saúde pública.

Em se tratando da comercialização desses produtos, isso não será por falta de espaço, ela existe e não é potencializado para esses fins, bem localizado e que por ora se converteu na segunda rodoviária da cidade, que por sinal, é um inconveniente estreito para o transito na ladeira da matriz, novamente, desta vez, planejamento urbano brilha pela sua ausência.

Contudo, a forma física e a organização espacial da cidade refletem e recria a economia urbana, responder a essas demandas é considerar a convergência em torno do desenvolvimento racionalmente planejado da economia, política e cultura local o que acaba por implicar em profundas transformações da vontade política, começando com o fato dos indivíduos reais deixarem de ser meros receptores passivos de iniciativas políticas que anulam o convívio social enquanto desafio permanente e, dando continuidade, demandar da gestão municipal a compreensão de que a cidade é um fato coletivo que se materializa na forma urbana condizente com as reais condições necessárias de existência enquanto síntese de um sistema complexo de construção do processo de urbanização, que vão de mãos dadas, com as transformações permanentes.

Em tempos eleitorais nada mais prioritário, para a conquista da cidadania, do que assumir a responsabilidade consciente de que o protagonista principal são nossas decisões políticas em prol do bem coletivo urbano/rural. Por isso: chega de discursos históricos sem contexto social; fora a retórica das ilusões que escondem as reais intenções do ego individual; basta de ludibriar o desenvolvimento social que acaba por precarizar a vida em sociedade.

Por ora, ficamos com as nossas escolhas políticas na espera de que a nova gestão municipal comece com a verdadeira politica de desenvolvimento da sociedade valenciana, começando pela reconstrução do espaço urbano e rural.

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