Nesta segunda-feira, dia 20 de março, às 18h24 (hora legal de Brasília), o verão se despede e dá entrada ao outono, estação do ano marcada por temperaturas mais amenas.

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O início das estações está associado aos fenômenos astronômicos chamados solstícios (verão e inverno) e equinócios (primavera e outono) que são definidos pela posição da Terra em sua órbita em torno do Sol bem como pela inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao plano de sua órbita.

Neste dia 20 de março ocorre o equinócio de outono no hemisfério sul, época em que a duração do dia é aproximadamente igual à duração da noite. Com o passar do tempo, os dias vão ficando menores e as noites maiores até o solstício de inverno que em 2023 será no dia 21 de junho, às 11h58 (hora legal de Brasília).

De acordo com a Dra. Josina Nascimento, física e tecnologista sênior do Observatório Nacional (ON/MCTI), o início das estações é uma marca astronômica que pode ser prevista para dezenas de anos seguintes, a partir do conhecimento e estudo dos astrônomos.

"O que define as estações do ano é a posição da Terra em sua órbita em torno do Sol e a inclinação do eixo da Terra em relação ao plano de sua órbita. As temperaturas, as chuvas, os dias ensolarados e toda a condição climática dependem de uma série de outros fatores, além da estação do ano", completa.

Segundo Josina, o início das estações acontece num instante preciso porque está associado a posições específicas da Terra em sua órbita em torno do Sol.

“Em Astronomia, olhamos o movimento dos astros do ponto de vista da Terra, ou seja, a partir do sistema de referência geocêntrico. Assim, definimos a esfera celeste onde o equador celeste é a continuação do equador terrestre. O caminho que o Sol faz é chamado de eclíptica.”

Josina explica que, em seu movimento anual, o Sol cruza o equador celeste duas vezes, quando ocorrem os equinócios. Já nos solstícios, que também ocorrem duas vezes por ano, o Sol está em seu ponto mais distante do equador celeste.

“Quando o Sol está o mais distante possível do equador celeste ao sul é o solstício de verão no hemisfério sul. Inversamente, quando o Sol está o mais distante possível do equador celeste ao norte é o solstício de inverno no hemisfério sul”, explica.

 

Imagem de © Kepler de Souza Oliveira Filho & Maria de Fátima Oliveira Saraiva

Neste ano – assim como na maioria dos anos – o início do outono ocorre em 20 de março. No entanto, em alguns anos pode ser no dia 19 de março. Essa mudança ocorre porque o nosso ano civil de 365 dias não é igual ao ano trópico, que é o intervalo de tempo médio de translação da Terra contado a partir de um equinócio de março até o próximo equinócio de março.

“O ano trópico, no qual o nosso calendário gregoriano é baseado, tem o comprimento de 365 dias, 48 minutos e 46 segundos. Como o acerto entre o ano civil e o ano trópico é feito através do ano bissexto, o horário do início das estações é defasado de cerca de 6 horas de um ano para outro, até que no ano bissexto isso é corrigido”, esclarece Josina.

Além do comprimento dos dias, outros efeitos são também facilmente perceptíveis como, por exemplo, o caminho que o Sol faz no céu e o local onde o Sol nasce e se põe.

“Nos dias dos equinócios o Sol nasce no ponto cardeal Leste e se põe no ponto cardeal oeste. O Sol vai nascendo cada dia mais afastado do leste na direção norte até que no dia do solstício de inverno chega ao afastamento máximo e começa a voltar para o leste. Depois do equinócio da primavera o afastamento é na direção sul. O mesmo ocorre com o local do pôr do Sol”, conclui Josina.

Fonte: Agência Brasil

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