"Somos todos SD Wesley", afirmaram manifestantes durante homenagens ao PM Wesley Soares

Manifestantes caminharam da Praça da República até a orla da cidade. (Foto: Valença Agora)

A Praça da República, centro de Valença, foi palco de uma manifestação pacífica na manhã desta terça-feira (30) em protesto contra a morte do Soldado da Polícia Militar da Bahia, Wesley Soares de Góes, lotado na 72ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Itacaré). Policiais e sociedade se solidarizaram e prestaram suas homenagens ao PM morto em troca de tiros com a própria PMBA.

Além dos policiais militares, também participaram da manifestação em Valença, representantes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil, do Conselho dos Direitos Humanos, da Câmara de Vereadores e dos empresários. Na Praça, os manifestantes demonstraram tristeza com o ocorrido e pediram condições dignas de trabalho para os policiais. Foram entoados o Hino Nacional e o Hino da Polícia Miliar. Após alguns pronunciamentos, os manifestantes saíram em passeata até a orla da cidade, onde finalizaram as homenagens com uma oração.

O motorista João Araújo acompanhou a manifestação ao lado do filho Jessé Teles. Ambos se solidarizaram com a morte do PM Wesley.

João Araújo e o filho Jessé Teles prestaram suas homenagens ao PM Wesley, durante manifestação em Valença; (Foto: Valença Agora)

“Uma homenagem justa a um patriota. Pra mim esse ocorrido deveria ter tido outro desfecho, poderia ter tido outros meios capazes de não acontecer o que aconteceu. Sou solidário a todo o pessoal da Polícia Militar e de todo o Brasil”, afirmou João à reportagem.

Jessé sonha com a carreira militar e já deu o primeiro passo entrando para o Colégio Militar, mas acontecimentos como a morte do PM Wesley trazem tristeza. “Eu achei a manifestação justa. Não deveria ser da forma que foi, ele poderia estar vivo, estou sem palavras pra expressar a tristeza com o que aconteceu com o soldado”, lamentou.

Manifestantes se concentraram na Praça da República (Foto: Valença Agora)

Caso

O policial militar Wesley Soares Goés morreu, na noite deste domingo, 28, após ser baleado durante um surto psicótico no bairro da Barra, em Salvador. O soldado atirou em direção aos policiais e, em seguida, foi alvejado. Ele foi socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde passou por procedimento cirúrgico, mas não resistiu aos ferimentos.

Comandante da PM lamenta desfecho

Em entrevista coletiva, o comandante da PM da Bahia, coronel Paulo Coutinho, afirmou que os agentes do Bope atiraram contra Góes porque tinham sido alvos de disparos de fuzil. "Foram utilizados todos os procedimentos, de acordo com a doutrina de gerenciamento de crise que é utilizada no mundo, desde o processo negociativo inicialmente, utilização progressiva da força. Infelizmente, houve por parte do provocador o disparo contra a tropa de intervenção, que teve que reagir imediatamente", afirmou.

"Eu gostaria de deixar bem claro que a gente lamenta profundamente esse episódio e nos solidarizamos mais uma vez com a família do policial militar e com a nossa tropa. Infelizmente, existem variáveis que não ficam na mão da polícia quando ela intervém, e sim do provocador, quando ele faz o disparo tentando atingir policiais militares e qualquer dispersante", acrescentou Coutinho.

O comandante disse que, em 13 anos na corporação, o soldado nunca apresentou nada para que a instituição se preocupasse com sua saúde mental.

Fotos: Valença Agora

 

 

 

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