Instituição que representa a classe empresarial apresentou à gestão municipal o seu descontentamento com as medidas de restrição decretadas pelo Estado
Representantes da Casa do Empresário de Valença, instituição formada pela Câmara dos Dirigentes Lojistas – CDL, Associação Comercial e Empresarial – ACE e Sindicato do Comércio Varejista – SINCOMVAL, se reuniram na manhã desta segunda-feira (1º), com o prefeito Jairo Baptista, na sede da Prefeitura, para tratar sobre o decreto estadual n° 20.259, que prorrogou até a próxima quarta-feira, o fechamento das atividades consideradas não essenciais em vários municípios, incluindo Valença.

Representantes da Casa do Empresário de Valença dialogam com Prefeitura sobre decreto estadual, que prorrogou fechamento das atividades consideradas não essenciais (Foto: Divulgação/PMV)
O tom da reunião foi de diálogo e consenso, após os representantes dos empresários entenderem a decisão do prefeito Jairo Baptista em acatar o decreto estadual, e de deixar claro, que é a favor da abertura do comércio. Ficou decidido que o serviço de delivery pode ser adotado por todos os ramos de atividade, não somente os previstos pelo decreto estadual.
“Muita boa a nossa reunião, todos muito compreensivos, sabem que não podemos passar por cima de um decreto estadual e todos sabem que somos a favor da abertura do comércio em outras situações, mas quando o governador decreta que é para fechar, nós temos que cumprir”, disse Jairo Baptista ao JVA.
O vice-prefeito Joailton Manoel avaliou a reunião com os empresários. “Estamos vivendo um momento de muitas dificuldades, sobretudo com relação às questões de saúde que se agravam muito em nosso estado, por outro lado o comércio, as indústrias, todo o segmento produtivo sofre por consequência dos decretos que estabelecem o lockdown desde sexta-feira. Trouxemos essa pauta para a mesa de negociação para juntos encontrarmos alternativas para que a gente possa continuar produzindo, continuar trabalhando e preservando a saúde das pessoas, que é o que mais importa nesse momento”, afirmou.
O secretário municipal de saúde, Alberto Martins, participou da reunião. “Esse diálogo com a comunidade valenciana, seja representada pelos empresários, seja pelos empregados, serve para que o poder público municipal não seja unilateral nesse processo de decreto que foi orientado pelo Governo do Estado, e para que a gente tenha uma visão mais acertada, nós estamos discutindo para ver o que é melhor para todo mundo, o que vai causar o menor caos, que preserve a vida das pessoas, mas também os empregos da nossa cidade para que as famílias não fiquem desassistidas e que o poder publico faça a sua parte nesse contexto difícil que enfrentamos nesse momento”, considerou.
Cláudio Queiroz, secretário de Governo afirmou que após uma análise do cenário em que Valença está inserida, a gestão municipal0 “colocou de forma clara a necessidade e a obrigatoriedade do cumprimento do decreto estadual em sua integralidade, mas também sensível às questões locais junto aos empresários, construiu a alternativa de permitir que o serviços de todos os segmentos não essenciais pudessem ser ofertados à população por meio de serviços delivery”.
Eduardo Dantas, presidente da CDL, considerou muito importante a participação da Casa do Empresário na reunião junto ao Poder Público e demais representações presentes. “Fomos surpreendidos na noite de ontem com a notícia do lockdown num momento tão difícil de início de mês em que os empresários precisam honrar seus compromissos, como Folha, impostos como ICMS, e após o entendimento junto à prefeitura, que tem sido muito participativa, foi liberado o delivery também para as atividades não essenciais e o funcionamento de empresas para recebimento de notas promissórias, que já é um avanço, não exatamente o que desejamos, mas por se tratar de dois dias, já é um bom passo, e também não existe sinalização de continuidade, a partir de quarta-feira, desse decreto totalmente restritivo e numa hora extremamente inconveniente”, ressaltou.
A empresária Amanda Knoth esteve presente e considerou a reunião muito proveitosa. “A gente vê a vontade da prefeitura de solucionar o problema do comércio, só que o problema maior vem do governo do estado, então a gente junto com o prefeito vamos tentar ver algumas sugestões para levar ao governador e ver no que ele pode ajudar a gente a flexibilizar o funcionamento do nosso comércio, já que nos últimos seis meses o número de mortes por covid-19 em Valença está menor do que nos seis meses no ano passado com o lockdown decretado”, salientou.

Mateus Menezes, representante das Lojas Guaibim e diretor da Casa do Empresário (Foto: Valença Agora)
O representante das Lojas Guaibim, Mateus Menezes, concordou que a reunião rendeu frutos, mas defendeu sua preocupação. “A gente pode ouvir que o poder público está unido com a classe empresarial, nossa preocupação é desse decreto ser mantido por mais tempo, por não saber como vamos manter os empregos. Estamos tomando todas as medidas de prevenção de saúde e já mostramos que o comércio não aglomera, mostramos que não somos os ofensores da proliferação dos vírus, e precisamos das nossas empresas abertas para mantermos os empregos”, pontuou.
O empresário Jairo comemorou a decisão da Prefeitura em “não radicalizar o decreto do governo do estado”, permitindo o delivery para todas as atividades. “Ficou claro que não há outra saída a não ser seguir o decreto do governo estadual, não ficamos tão felizes porque queremos trabalhar, queremos que sejam mantidos os empregos na nossa cidade, mas ao mesmo tempo a gente entendeu a preocupação do prefeito em não se contrapor ao decreto e vamos tentar minimizar os efeitos que podem vir pela frente. Caso venham outros decretos, teremos que tomar outras decisões”, afirmou.
O presidente da Câmara de Vereadores de Valença, Fabrício Lemos, prestou solidariedade aos empresários. “A gente sabe que o comércio é nossa mola propulsora e que realmente tem pago um preço injusto, pois a gente entende que não é o comércio que tem causado essa situação que estamos vivendo, e sim as atitudes de cada cidadão, que não tem se preocupado em usar máscara, álcool gel, em evitar aglomerações e com isso acaba afetando o nosso comércio e várias famílias. Estamos solidários aos empresários, junto com a gestão, tentando chegar num denominador comum. Vamos torcer e orar para que na próxima quarta-feira possamos retornar a nossa normalidade, mas deixar sempre o alerta que cada um de nós precisa fazer a sua parte, precisa cumprir rigorosamente as medidas de prevenção para que essa doença possa diminuir”, disse.
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