Rodrigo Maia (DEM-RJ), 46, foi reeleito nesta quinta-feira (2) presidente da Câmara dos Deputados. A vitória em primeiro turno, por 293 votos, lhe confere um mandato de dois anos em um cargo que, hoje, é o primeiro na linha sucessória da Presidência da República.

O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), eleito à presidência da Câmara, comemora a vitória com parlamentares

O êxito ocorre um dia depois de o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, negar concessão de liminar  pedida por adversários para impedir a candidatura de Maia, já que a Constituição veda a reeleição, mas não é explícita sobre mandatos-tampões, que é o seu caso. O mérito dessa questão ainda será julgado.

Maia tem ainda contra ele suspeitas de envolvimento no escândalo de corrupção na Petrobras – sob o apelido "Botafogo", ele é citado como beneficiário de R$ 600 mil na delação da empreiteira Odebrecht, cujos detalhes ainda não vieram oficialmente a público.

O presidente da Câmara terá também que contornar a dissidência na base de Michel Temer formada justamente pela eleição desta quinta. Três dos cinco adversários que derrotou – Jovair Arantes (PTB-GO), com 105 votos, Júlio Delgado (PSB-MG), com 28 votos, Jair Bolsonaro (PP-RJ), com quatro votos— são da base governista.

A oposição lançou dois candidatos, André Figueiredo (PDT-CE), que teve 59 votos, e Luiza Erundina (PSOL-SP), com dez votos. A votação foi secreta.

Nos pouco mais de seis meses de mandato-tampão, Maia se notabilizou pela grande afinidade com o Palácio do Planalto, sendo classificado por adversários e aliados mais como um "líder do governo" do que um presidente da Câmara. De fato, ele integrou a linha de frente da defesa e aprovação da principal proposta legislativa de Michel Temer em 2016, a emenda à Constituição que congela os gastos federais pelos próximos 20 anos.

Antes mesmo da vitória, o deputado já prometeu “harmonia” com o governo federal nos próximos anos. Nos bastidores, o Planalto trabalhou para reconduzir Maia.

Em 2017, o governo tem pela frente importantes votações na Câmara, sendo as principais as reformas do sistema previdenciário e trabalhista.

O deputado do DEM também atuou ativamente na tentativa frustrada da aprovação de um projeto de anistia aos alvos da Operação Lava Jato.

Com informações da Folha de S. Paulo

Alan Marques - 02.fev.2017/Folhapress

 

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