Rotary Club de Valença defende implantação da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher em Valença Valença Agora 5 de abril de 2019 Baixo Sul, Notícias Ir até a delegacia prestar queixa de uma violência sofrida é para a mulher, na grande maioria das vezes, uma atitude constrangedora e desanimadora, visto que a Polícia ainda carece de atendimento qualificado que ampare a mulher nos seus direitos. É para ir contra essa realidade que existem hoje as chamadas Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (Deam), que compõem a estrutura da Polícia Civil. A população baiana conta atualmente com apenas 15 unidades da DEAM, é uma delegacia para 500 mil mulheres. Com uma realidade assustadora nos casos de violência contra a mulher, Valença é um dos municípios que necessitam da instalação de uma Deam. É com essa convicção que o Rotary Club de Valença realizou na última segunda-feira (1), uma reunião com a presença de rotarianos e a delegada de Polícia Civil Argimária Soares, com o objetivo de articular as primeiras ações em prol da Deam. “Essa é uma necessidade que a gente percebeu através de uma roda de conversa que realizamos aqui trazendo a palavra da delegada Argimária e da coordenadora do CRAM, Luciene, mas não só disso, do nosso contato no dia a dia a gente já percebe que é uma causa que precisa ser abraçada e o Rotary como parte da sociedade organizada se vê na responsabilidade de buscar e fomentar atitudes como esta. A gente pede o apelo de toda a comunidade para que abrace essa causa também porque eu acredito que todos juntos a gente vai ter mais força para conseguir esse êxito”, destacou a presidente do Rotary Club de Valença, Camila Reis. A delegada convidada, Dra. Argimária Soares compartilhou sua experiência na primeira tentativa de buscar a Deam para Valença e se colocou a disposição para retomar a luta junto com o Rotary e demais parceiros. “A delegacia especial da mulher é necessária para que as mulheres tenham um atendimento diferenciado, para que elas possam ter o seu lugar próprio de escuta. Como a demanda tem sido grande tanto em Valença quanto nas cidades vizinhas, a presença de uma delegacia também vai fazer que, de certa forma, se crie no inconsciente dos homens uma ideia de defesa maior dessas mulheres, de mais proteção, de uma escuta mais qualificada e de uma delegacia que está voltada única e exclusivamente para a problemática da violência contra a mulher”, ressaltou a delegada. Dra. Argimária explanou que na época em que o movimento em prol da Deam começou lá em 2002, o entrave foi a locação de um imóvel para instalação da delegacia. Como não houve retorno do poder público, o movimento perdeu força e ficou paralisado. A delegada comentou suas experiências e tudo que ocorreu à época. Ainda de acordo com Dra. Argimária, a ausência de vontade política tem dificuldade à ação. “Quando eu falo de vontade política eu não me dirijo ao município, mas a vontade da comunidade, das representatividades da comunidade em ter ações mais efetivas”, justificou a delegada. O rotariano Vidalto Oiticica, diretor do Jornal Valença Agora, reforçou a necessidade das instituições se unirem nesta demanda. “Argimária falou algo importantíssimo que tem que ser o mote do movimento, a iniciativa política da sociedade organizada, e a iniciativa política tem que ter o ato, ir pra rua, juntar os parceiros e dar conotação pública de que a sociedade tem interesse em fazer e daí tudo acontece. A política é algo que às vezes a gente não pega, não sente, não cheira, mas acontecem e esse movimento está propício porque vamos atingir uma área em torno de 150 mil habitantes. Existe interesse das instituições para que aconteça isso pela fragilidade que existe nessa região, temos que tornar isso público e convidar as instituições da sociedade civil organizada para que elas se envolvam”, considerou Oiticica citando a Maçonaria, o Lions Clube e a Casa do Empresário como instituições que podem ser parceiras nesta luta. Camila informou que o delegado de Polícia Civil da 5ª Coorpin, José Raimundo, se mostrou disponível para colaborar com todo o processo e que participará da próxima reunião para contribuir sobre quais os melhores caminhos a serem trilhados para conseguir a implantação da Deam em Valença. Outras pessoas que também foram convidadas, mas por força maior não puderam estar presentes nesta primeira reunião, também se colocaram a disposição para dialogar num próximo encontro, relatou a presidente. Os demais rotarianos presentes concordaram em ampliar a discussão e fortalecer a ideia com instituições parceiras. Deixe uma resposta Cancelar resposta Seu endereço de email não será publicado.ComentarNome* Email* Website