O Senado iniciou na manhã desta sexta-feira o segundo dia do julgamento do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff que está reservado para os depoimentos das testemunhas listadas pela defesa da petista.

Senadores favoráveis ao impeachment já avisaram que vão tentar desqualificar testemunhas da defesa, seguindo o mesmo procedimento feito por aliados de Dilma na véspera, que conseguiram tornar uma das duas testemunhas da acusação falasse apenas como informante.

O alvo principal é a ex-secretária de Orçamento Federal Esther Dwek, que teria sido solicitada para atuar na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, sob a presidência da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), uma das mais ativas aliadas da presidente afastada durante todo o processo de impeachment.

A primeira testemunha prevista para ser ouvida é o professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e doutor em economia Luiz Gonzaga Belluzzo, muito próximo da presidente.

A lista de testemunhas arroladas pela defesa inclui o ex-ministro da Fazenda de Dilma Nelson Barbosa e o professor da Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e presidente da Sociedade Brasileira de Direito Tributário, Ricardo Lodi.

Também serão ouvidos Geraldo Luiz Mascarenhas Prado, consultor jurídico, mestre e doutor em Direito pela Universidade Gama Filho (UGF), e Luiz Cláudio Costa, que foi secretário-executivo do Ministério da Educação no governo de Dilma.

Para aliados de Dilma, a tentativa dos favoráveis ao impeachment de desqualificar testemunhas não deve prosperar. No caso de Esther, argumentam que ela ainda não foi nomeada para o posto na comissão do Senado.

Na quinta-feira, primeiro dia da sessão do julgamento marcado por tensão e bate-bocas, o procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Júlio Marcelo de Oliveira, principal testemunha da acusação, foi rebaixado à condição de informante.

Segundo o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que também preside o julgamento, o procurador teria admitido que participou de ato pela rejeição das contas de Dilma, o que seria vedado a membros do Ministério Público.

As oitivas devem se estender pela madrugada e podem forçar o Senado a funcionar durante o fim de semana.

 

Agência Brasil

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