A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) emitiu um alerta sobre a catapora nesta terça-feira (15). Até 12 de agosto deste ano, foram contabilizados 443 casos da doença em todo o estado.

A Sesab não divulgou o número de casos no mesmo período de 2022 para comparação, mas revelou que o alerta desta terça-feira ocorreu depois de um aumento na notificação de surtos em unidades escolares de alguns municípios.

Em Fátima, cidade que fica no norte da Bahia, as aulas foram suspensas após um surto de catapora.

De acordo com a secretária de Saúde da cidade, Mônica Reis, 18 casos foram notificados nesta semana. Também há relatos de pessoas que não procuraram atendimento médico.

Apesar do ocorrido em Fátima, o alerta da Sesab não indica suspensão das atividades escolares em casos isolados da doença. Nessas situações, devem ser adotadas medidas específicas para as crianças que tenham tido contato com casos suspeitos e confirmados.

O alerta do órgão de saúde tem como objetivo promover medidas de prevenção e controle da catapora, que teve o maior coeficiente de incidência entre crianças menores de um ano de idade.

O documento da Sesab ainda aponta que toda a rede de saúde deve fazer notificação imediata de casos suspeitos de catapora às autoridades sanitárias municipais e estadual (vigilância epidemiológica).

O alerta também descreve que as baixas coberturas vacinais representam risco iminente para ocorrência de surtos e casos graves de catapora no estado - e consequente aumento dos internamentos.

Catapora

A catapora, também chamada de varicela, é uma doença infecciosa e altamente contagiosa causada pelo vírus varicela-zoster. Ela se manifesta com mais frequência em crianças, geralmente com quadros leves. Em adultos, pode ser grave, com sintomas mais intensos e complicações mais sérias.

O principal sintoma da catapora são lesões na pele, como se fossem bolhas, acompanhadas de muita coceira. O paciente também pode ter febre baixa, cansaço, dor de cabeça e perda de apetite.

As principais complicações da catapora são:

Pneumonite: infecção pelo vírus da catapora no pulmão.
Encefalite: infecção pelo vírus da catapora no sistema nervoso central.

Pacientes com catapora não podem tomar ácido acetilsalicílico (AAS ou aspirina), sob o risco de desenvolver Síndrome de Reye, uma doença rara que afeta o fígado e o cérebro e pode ser fatal. É mais comum em crianças, após a ingestão de AAS na fase aguda da varicela.

Saiba mais sobre a catapora

Transmissão: a catapora é facilmente transmitida para outras pessoas. O contágio acontece por meio do contato com o líquido da bolha ou pela tosse, espirro, saliva ou por objetos contaminados pelo vírus;

Sintomas: manchas vermelhas e bolhas no corpo, mal estar, cansaço, dor de cabeça, perda de apetite e febre baixa. Os sinais começam entre 10 a 21 dias após o contágio da doença.

Como as bolhas surgem: inicialmente, elas aparecem na face, no tronco ou no couro cabeludo, se espalham e se transformam em pequenas vesículas cheias de um líquido claro. Em poucos dias, o líquido escurece e as bolhas começam a secar e cicatrizam. Este processo causa muita coceira, que pode infeccionar as lesões devido a bactérias das unhas ou de objetos utilizados para coçar.

Isolamento: o paciente com catapora precisa ficar isolado até que as lesões de pele estejam cicatrizadas, o que acontece, em média, em duas semanas. Mãos, vestimentas e roupas de cama, além de outros objetos que possam estar contaminados, devem passar por higienização rigorosa.

Tratamento: em geral, são utilizados analgésicos e antitérmicos para aliviar a dor de cabeça e baixar a febre. Antialérgicos e compressas de água fria podem ser usadas para diminuir a coceira. Não se deve coçar as bolhas e as crostas não devem ser retiradas. Permanganato de potássio e pasta d'água também podem ajudar a secar as feridas. Não se automedique: procure ajuda médica.

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