A oposição venezuelana convocou, ontem, uma greve geral de 12 horas para amanhã, em rejeição à suspensão do referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro. Ainda ontem, a Assembleia Geral, dominada pela oposição, declarou o presidente em "abandono de cargo", e afirmou que vai notificá-lo formalmente após uma marcha pacífica ao Palácio de Miraflores, convocada para 3 de novembro.

Ontem, milhares de manifestantes contra o governo de Nicolás Maduro tomaram as ruas do país, em uma demonstração de força após a suspensão da consulta popular. A data foi escolhida porque seria o dia do início de recolhimento das assinaturas para o referendo revogatório.

O secretário-geral da coalizão opositora MUD (Mesa da Unidade Democrática), Jesús Torrealba, afirmou que será dado um prazo até este domingo para que o referendo seja reativado. Caso contrário, será realizada a marcha no dia 3 de novembro.

A tensão política no país tem escalado nos últimos dias, desde que o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) suspendeu, na última sexta-feira (21), o recolhimento de assinaturas para o referendo que poderia tirar Maduro do poder.

No domingo (23), simpatizantes chavistas invadiram o Parlamento. Em resposta, a Assembleia Geral declarou "ruptura constitucional democrática" e pediu o julgamento político do presidente.

Nesse cenário, Maduro instalou o Conselho de Defesa da Nação para avaliar o "golpe parlamentar" no país. Ele ainda pediu que seja mantido o diálogo político e exortou seus apoiadores a cercarem o palácio presidencial.

 

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