Abrindo a temporada de apresentações no mês de Junho, o “Theatro da Independência – se as personagens falassem”, apresenta-se gratuitamente em mais uma escola pública do Baixo Sul da Bahia. Após apresentar-se em Piraí do Norte no mês de maio, chegou a vez de Wenceslau Guimarães, cuja apresentação será no Colégio Estadual Nair Lopes, nesta segunda (3/6), às 19:30.

A peça, escrita por Adriano Pereira e Chico Nascimento (Tata Mangoleji), revisita a história da Independência do Brasil na Bahia, de forma bem-humorada, a partir do olhar de personagens conhecidos como o corneteiro Lopes e Maria Quitéria e outras só recentemente reconhecidas como Maria Felipa e o Tambor Soledade. Tem no elenco Adriano Pereira, Everton Bacélla, Flavia Fonseca e Mateus Zumborí, todos moradores do território do Baixo Sul.

A apresentação, conta também com a presença de intérprete em libras, visando a inclusão e acessibilidade da comunidade surda e é seguida por um bate papo entre o elenco, direção, estudantes, professores e comunidade presente, buscando também ouvir as impressões dos mesmos sobre a versão apresentada.

Para a professora Deyse Vieira Quinto, diretora da escola, “receber um espetáculo teatral no Colégio Nair Lopes Jenkins é um motivo pra se festejar, pois nossa comunidade vive carente de espaços culturais. Poder ofertar arte e transformar o pátio do colégio em palco é motivo de grande alegria! Além disso, como professora de História, chamo atenção pra reflexão crítica que a apresentação propõe, convidando os estudantes a (re)inventar a memória da nossa independência nacional considerando a participação popular”.

Para Adriano Pereira, que é um dos autores e interpreta também o personagem do tambor Soledade, “cada apresentação é um estímulo pra continuar a levar essa história pra mais gente. Quando conversamos com os estudantes alguns falam que nunca assistiram uma peça de teatro e pedem pra gente voltar mais vezes. O meu personagem é desconhecido da maioria, diferente da Quitéria, do corneteiro ou mesmo da Felipa. Nós mesmo, quando escrevemos a primeira versão não sabíamos se ele tinha existido e achávamos que ele tinha morrido. Uma semana antes da estreia estive em Cachoeira, nas comemorações do bicentenário e conheci um historiador que havia encontrado documentos do Soledade, daí mudamos o texto. Isso mostra a importância de reescrevermos  no teatro essa história, pra que a Bahia se reconheça e identifique-se cada vez mais com essa luta que foi e é nossa”.

O projeto foi contemplado no Editais da Paulo Gustavo Bahia, com o apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022. Tem também o apoio institucional do Núcleo Territorial de Educação (NTE – 06).

WENCESLAU GUIMARÃES – Com uma população de menos de 25 mil habitantes (IBGE, 2022). Era habitada por indígenas tapuios e cotoxós. No final do século XIX, uma família de sobrenome Carvalho chegou ao local e começou a abrir a mata para praticar agricultura. Por conta da fertilidade do solo, algumas pessoas decidiram se mudar para o local. Em 1900, o lugar já havia formado um povoado, chamado de Laje do Rio das Almas. Em 1920, o povoado foi elevado à vila, e passou a se chamar Palmeiras. Em 1938, o nome do local mudou novamente, passando a se chamar Indaiá. Em 19 de julho de 1962, com a Lei Estadual n.º 1.728, o lugar foi elevado à categoria de município, desmembrando-se de Nilo Peçanha.

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